Procuro o meu lugar junto de ti pois quando abro os olhos não sei onde estou. Ouço, vejo, numa intrincada teia de sugestões e de abandono, sem ter havido ocasião para uma base robusta me apontar os caminhos. Pois todas as direções têm os seus motivos e todos os lugares encontram justificação.
Procuro manter o norte, sem hesitar, sem falhas. Ouço, vejo, num mapa sem bússola ou legenda, feito ao sabor do vento, conforme as horas que temos e as que não temos. E são tantas as que não temos, as que nos fogem.
Procuro aquele momento que foge, que escapa por entre os dedos. Ouço, vejo, sinto os olhos a fechar e de conchinha na mão um outro tempo passar. Gosto, sim, da mesma forma que não gosto quando é só assim. Porque há mais, sempre houve e haverá.
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