Numa redação de olho no relógio, e suspiros profundos, os malucos sobressaem... e de forma que não roça o ligeiro. Longe da hora do fecho, as poucas pessoas que se encontram no open space caminham para a primeira hora do novo dia sem, contudo, um fim à vista. São poucos sinais de vida para além do ar cansado e aborrecido nos rostos, próprios de quem já muitas horas passou sentado.
O ambiente, não obstante esse ar pesaroso, podia ser tranquilo não fosse o contributo inegável dos malucos. Para já, levanta-se o maluco de amarelo, de voz megafónica e palavreado atropelante. A resposta chega do maluco cuja-cor-não-se-percebe-muito-bem-mas-oscila-entre-o-azul-e-o-cinza, que, preguiçoso, vê a acalmia interrompida pelo som. E, isso, é inadmissível... habituadíssimo a momentos de sossego - aliás, bastante comum no seu dia-a-dia - decide participar para reduzir rapidamente o arraial, com a condescendência de outros dois malucos que-não-vêm-ao-acaso, cujo abanar de cabeça resignado não é mais que um convencimento que em breve tudo está sossegado.
Ora o banzé não mudou de tom, pelo contrário. O que começou por um simples grunho tornou-se num circo, que vai subindo de de tom, com os malucos iniciais a guerrearem num assomo de palavras, convictos que decibéis são a fonte da razão. E prolonga-se...
O resto da redação?
Bom, olha para os malucos sendo realmente o que são.. e continuam de olho no relógio, suspirando.