segunda-feira, 30 de junho de 2014

Pst... das pessoas de génio VIII

Alegres campos, verdes arvoredos,
Claras e frescas águas de cristal,
Que em vós os debuxais ao natural,
Discorrendo da altura dos rochedos;

Silvestres montes, ásperos penedos
Compostos de concerto desigual;
Sabei que, sem licença de meu mal,
Já não podeis fazer meus olhos ledos.

E pois já me não vedes como vistes,
Não me alegrem verduras deleitosas,
Nem águas que correndo alegres vêm.

Semearei em vós lembranças tristes,
Regar-vos-ei com lágrimas saudosas,
E nascerão saudades de meu bem. 


Luís de Camões

Pst... do regresso fora de horas

Princípio, meio e fim. Uma regra que, infelizmente, também se aplica às férias.
O regresso ao pardieiro, com a vontade nos píncaros, causa estranheza. A sensação dominante? Parece que nunca saí. Que mais não houve que um punhado de folgas gozadas e o retorno é tão natural quanto uma qualquer sede que agora não classifico.

Está anormalmente quieto o pardieiro, sossegado e em paz. Reflexos da prestação portuguesa no Brasil, agora que o forrobodó terminou? Talvez... mas novos cavalos de batalha abriram as portas e o foco agora é o burgo, o futebol pequeno e incoerente da praça.

Não se pára no mundo noticioso. Se um cavalo de batalha se abate, imediatamente se levanta um novo, mais forte e vigoroso enquanto estiver no seu prazo de validade. E por definição, são prazos mesmo muito curtos.

Vai sossegada a vida pardieiresca... neste regresso ao pé-coxinho. Sim, amanhã volto a gozar folgas!

sábado, 28 de junho de 2014

Pst... da invasão

Continuo a invadir o espaço que não me está reservado.
Atraído por uma força por vezes incontrolável, vinda dum fogo há muito apagado mas que teima em dar sinal de si, motivado tantas vezes pelo apelo ébrio do Baco que todos temos.
Não é o meu papel, é uma peça do qual não tenho uma fala.
E é o acordar assustado, receoso, do que foi dito mas a memória não descorre, num cenário de exigência que não tenho arcaboiço para sustentar.
Definitivamente, tenho de relaxar...

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Pst... das esplanadas no dia de São Receber

Conjugar período de férias com aquele dia pelo qual passas um mês a esfalfar-te... é demasiado bom para ser verdade!
Mas depois sentas-te a fazer as contas necessárias, as transferências e o pagamento de serviços e passam-te logo os sonhos duma vida desregrada e pródiga.
Triste sina dos sonhadores... pelo sim pelo não venha de lá a aposta do Euromilhões, que as mãos não conseguem acompanhar o ritmo dos desejos!

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pst... dum ócio que se entranha

Férias que se prezem são sempre assim...
Não dás pelo tempo passar até que começa a buzinar o final das mesmas. Venha de lá qualquer forma como as escolhas viver...

terça-feira, 24 de junho de 2014

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Pst... das férias que de verão pouco têm

E há dias que são passados ao lado do relógio...


Pst... das férias de gozo autêntico

Não, não falo da presença da Seleção Nacional no Mundial por terras brasileiras. Isso são férias de outro calibre, uma excursão de rapazes que estão bem na vida.
As minhas são mais modestas... Não tenho câmaras de televisão, jornalistas, treinos e conferências de imprensa. Não tenho as minhas palavras no jornal nem o peso de uma nação que confia neles para fazer boa figura.
Tenho só um dia de chuva intervalado com o sol, tenho Lisboa e todo um país pela frente. Tenho promessas de chuva com praias perto, tenho ideias de festas com os Santos Populares a fechar até para o ano.
Tenho descanso para pôr em dia e muito sono. Tenho a escrita para ler e criar... Tenho os dias que quero para fazer o que estiver à mão! E isso, sim, são férias de valor...

sábado, 21 de junho de 2014

terça-feira, 17 de junho de 2014

Pst... dos ensinamentos dos Grandes Livros

"Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço."
Bíblia


Pst... da desolação das cores nacionais

Mais alguém aqui ficou impressionado com o jogo nacional, ontem, frente aos temíveis alemães?

OK, toda a gente diz que eles são lixados, têm uma equipa fantástica e não perdoam. Certo... mas escusávamos de ter estendido a passadeira vermelha para os quatro - que podiam ter sido mais - que levámos indecentemente. Fácil, fácil, terão dito os alemães. Ou leicht, leicht...

Parece desígnio nacional... vamos inchados e confiantes, na medida certa. Até que todos os azares batem simultaneamente à porta. Somos um povo especialista na Lei da Murphy, mesmo que não conheçamos o que ela diz. Preferimos chamar de fado ou azar...

Mas ainda faltam 2 jogos, dizem os atentos. Temos tempo para recuperar e conseguir os objetivos. Sim... mas nada será igual!! Somos um povo já farto de desculpas, desculpinhas, justificações e azares, pelo menos que por terras brasileiras possamos sonhar um pouco.

domingo, 15 de junho de 2014

Pst... das pessoas de génio VII

Abri o livro na altura
em que o Anjo me sorria
e em vez de mel prometia
amor, descanso e ternura.

Falava como que a sós.
E as palavras flutuavam.
Eram pombas que poisavam
no fio da sua voz.

Escutei-o de olhos no chão
como se fosse o culpado,
como se o mundo enredado
estivesse na minha mão.

Abri o peito e mostrei-lhe
a areia, a pedra britada,
os planos da grande estrada
onde o Anjo se ajoelhe.

Ele fitou-me, de frente,
de olhos frios como brasas.
E abrindo e fechando as asas
rasgou o céu, lentamente.

Sobre a folha imaculada
por longo tempo nevou.
Sentei-me à beira da estrada
mas o Anjo não voltou.

António Gedeão

sábado, 14 de junho de 2014

Pst... das pessoas de génio VI

“The fun of talk is to explore, but much of it and all that is irresponsible should not be written. Once written you have to stand by it. You may have said it to see whether you believed it or not.”
Ernest Hemingway



Pst... da inocência extremamente sedutora

Há pessoas de todos os feitios... e depois há esta, em particular, que quando se pede um favor, não olha a meios. O desafio era simpático, tentar encontrar um carregador compatível com a minha máquina de barbear, para poder dar um toque neste aspeto que já roça o vagabundo.
Esta foi a primeira opção para encontrar essa compatibilidade...


Necessariamente era impossível saber se de facto obedecia às premissas... tentei outra abordagem. "Preciso ver a cabeça, do outro lado do fio..."
Esta foi a segunda opção de teste...

Se a inocência não deve ser celebrada, não sei sinceramente o que merece. Muito obrigado, por tudo :)

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pst... dos Santos Populares, versão 2014.3

Santa Catarina.
Dificilmente se pode definir a noite de ontem com um passo trôpego. Ontem trôpego foi pouco e modesto. A todo o instante, seduzido pela música, pela bebida mas sobretudo pela companhia.
Noite de profunda e irreverente folia, marcada no calendário como de tantos e muitos disparates.
Felizmente, também como é tradição, o álcool encarrega-se de levar da memória as figuras, figurinhas e tantos momentos do que foi uma noite de arromba.

E Alfama venceu as marchas...


quinta-feira, 12 de junho de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pst... muito bem dedicado

Porque o jantar foi regado, festivo e sem regras...


Pst... antes da bola começar a rolar

Faltam dois dias para o início do Campeonato do Mundo, o que no pardieiro, mais não quer dizer do que "pesadelo". Mas, antes da bola começar a rolar, que tal um trailer sobre o evento?


Pst... dos Santos Populares, versão 2014.2

Alfama.
Segundo andar bem trôpego dos Santos Populares.
Bailarico delicioso, sardinhas e vinho carrascão feito à medida.
Esta promete ser uma altura exigente. Mas se há momento para tirar do rosto um sorriso, não conheço outro melhor do que estes.



sábado, 7 de junho de 2014

Pst... das promessas de rua

Tinha esta imagem no pensamento há uns dias! Faz sentido...


Pst... do D-Day

Foi há 70 anos... só se consegue imaginar o que ia na cabeça destes homens por estes dias!




Pst... dos Santos Populares, versão 2014.1

Bica.
Primeiro passo trôpego dos Santos Populares na edição deste ano.
Começa a sentir-se no ar o aroma da festa que aí vem. Vai ser preciso muito treino. Não tanto o das marchas, que essas não me assistem, mas sobretudo muito treino de cerveja, vinho, moscatel, amêndoa amarga, o que for preciso para forrar o estômago, acompanhado pelas bifanas, sardinhas ou chouriço assado.
Claro, não esquecer, o treino de pernas, que aquelas escadas sobe e desce são obra do demo.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Pst... do vermelho incandescente que arde

Nem há tantos dias, a pequena M., dos seus singelos 3 anos, a caminho do quarto, estava virada de sono quando o seu olhar caiu sobre uma luz vermelha, que luzia perto dela.
A curiosidade foi demasiada, assim como a inocência e a tentação de lhe tocar, não a tempo de perceber que o pequeno tom vermelho era suficiente para deixar uma marca feia no dedo. A pequena M. imediatamente sentiu no dedo o calor e... bom, os momentos seguintes são fáceis de imaginar!
Não obstante a dor que sentia no dedo, ela perguntava, repleta de indignação: "Eu quero saber para o que aquilo serve", como não acreditasse possível haver algo que pudesse deixar tamanho doi doi. Felizmente, a bem-disposta pequenita recuperou o sorriso e as brincadeiras que a rodeavam eram fortes de mais para ela dar importância ao seu dedito inchado.

Isto é a inocência de uma criança no seu melhor. Curiosidade e experimentação, saber e consequência, sob os olhos crus e cândidos.

Mas agora, olhando bem, devia tomar atenção ao gesto.
Não tenho a inocência de uma criança, pelo contrário, logo também sabia que a luz vermelha estava perto. E também eu agora tenho a marca da curiosidade!

Pst... do shiu VIII

Hoje é dia de miminhos


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pst... dos Dias hoje e amanhã

Tenho Dias tantos como os outros
Mas os meus são especiais
Escolhi-os assim, de coração
Perto, longe, estão sempre presentes
Numa suave fantasia que os Dias preenche.

Não sei que tanto faço nestes Dias
Mas tenho que não os quero longe
Foram 60 e a contar
Que nunca parem no tempo
Que dos Dias tenho sentido falta
E dos Dias que os são não paro de sonhar.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Pst... quando nada sopra

Há momentos em que não se sente o sabor do vento.
O que no meu pequeno mundo, da comunicação e da velocidade da informação, pode cair facilmente em duas leituras: ou estás do lado errado da barricada ou estás a dormir.

Nenhuma delas é propriamente agradável. Já para não falar do quanto entediante se torna. Mas há momentos que são assim por natureza ou decreto. Que remédio, nada a fazer. Acordado estou, e da barricada estou seguro.

Pst... do shiu VII

Estados de espírito em aparente colisão


segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pst... da futurologia sem novidades

Estamos em plena silly season, no que ao desporto diz respeito.

Naqueles dias em que todos os sonhos e ambições ganham força redobrada, por via dos empresários e clubes, que acenam com promessas, contratos milionários e miúdas a rodos neste mundo de futebol. Enche-se o pulmão de sonhos, o pensamento de projetos e deitam-se as contas à vida, à espera que o telefone toque. E acaba sempre por tocar... mas nem sempre na direção desejada.

Afinal, estes são os dias que qualquer perna de pau pode aspirar chegar ao estrelato, depois de uma temporada de esforço, dedicação, suor, golos e defesas.

O meu papel? Aturá-los, conforme confidenciam que o mundo os espera de braços abertos.
Daqui a dias? Ouvi-los, queixosos, dos enganos e das deceções.
E depois? Tentar entendê-los, quando explanam as teorias da conspiração, os logros e as traições, conforme caminham para um desespero de quem vê as soluções e oportunidades minguar.

Entretanto, a bola volta ao relvado e a animação regressa, noutros tons e noutras cores.

O ciclo de vida no que ao desporto rei diz respeito.