terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Pst... tenebroso

Foi há 70 anos. Podia ter sido há 700 que a memória nunca apagará o terror.


"O trabalho liberta"


sábado, 24 de janeiro de 2015

Pst... isto é para ti

Sim, isto é para ti...
São palavras, como outras, mas minhas.
Sim, isto é para ti...
São palavras que não vazias ou secas. São minhas, não são outras.
Sim, isto é para ti...
São palavras, já repetidas, que quero ver efeitos. Que quero que contem, as minhas, não as outras.
Sim, isto é para ti...
São palavras que vêm com gestos, momentos ou saudades. Estas, minhas, não outras.
Sim, isto é para ti...
São palavras, minhas, dedicadas a ti. Estas, não outras.
Sim, sempre foram para ti...
Estas, as minhas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Pst... de uma quinta-feira pela noite

As cinco meninas, sentadas no pequeno bar de bairro, discutem tudo. Política, religião, desporto (sim, também...), moda e a vida quotidiana. Bonitas ou não, não reza esta história.
O bar, pequeno mas muito simpático, começa a encher. Rapazes vão passando com os amigos, em busca da cerveja de uma quinta-feira sem expressão. Não há olhares, não há levantar da cabeça, não há quebra no debate animado das cinco cachopas. Naquele mundo feminino não se respira, quase.
Eis que de repente estra outra rapariga. Alta e, pelo ar, em estreia no espaço. E eis que o debate silencia-se, as atenções tornam-se em avaliação exaustiva da "estranha". Que era bonita... e o debate não regressou.
E o esqueci-me regressou...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Pst... de ideias trocadas e mais qualquer coisa

Sonho, por um dia que não bata certo com os restantes.
Em que o vento sopra perfumado enquanto a chuva cai quente. Que o sol estremeça de frio e a lua aqueça as praias sem água. Que falo e como a dormir, sentado de pé, com os olhos bem fechados a passear pelas ruas vazias e silenciosas das horas de almoço na madrugada tardia. Que as músicas silenciosas abafem o ruído frenético da solidão e do sossego inquieto.
Quando as lojas pagam para nos vestir e os restaurantes convidam-nos a entrar e oferecem um avental e livro de receitas. Quando perde a equipa que marca mais golos ou recebemos ordenado sem esforço. Quando as cigarras trabalham e as formigas cantam, quando as ovelhas mostram os dentes aos lobos e as andorinhas nadam no mar sem cor.
Quero um dia como não há outro.
E no dia seguinte... repeti-lo.

Pst... do shiu XXIII

Sometimes, just go outside the box


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pst... das palavras mansas que de madrugada são pardas

Tento olhar em redor
Para o sossego do dia
Ouço numa certeza e de cor
A palavra dita vazia.

O sobressalto que não existe
Nesta coleção de horas
A surpresa e a magia que resiste
Ao encanto sem regras.

A calma dos gestos,
O amanhã que chega a seguir
Em tons tristes e funestos
De um sorriso sem rir.

São cores, só duas
Num quadro pleno e rico
Pincelado sob todas as luas
De um olhar esquisito.

Posso o amanhã mapear
De tão decifrado que já foi
Numa escala de silenciar
O canto, o olhar e a magia de dois.

Tens o que não sabes
Terás o que não pedes
Tende a ser quem queres
Ambos, sozinhos, sem amores.

Falas mansas de madrugada
Que cumprem sem destino
A ideia sem leitura
Deste rapaz sem tino.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Pst... confesso sem passar na casa de partida

São vícios de linguagem, a tentação dos dedos. Esta estranha melancolia que deposito nestas linhas, como fiel banco de sentimentos e momentos, tarda em abandonar o pensamento. Como que de uma purga se tratasse, o espaço aqui é tão dedicado a todas as tristezas e fantasmas que guardo, de forma livre.
São as ruas escuras do pensamento, a zona vermelha do coração e as tentações de uma vida que aspiro e persigo. Um plano, intrincado, de sucessivas memórias para quando esta me falhar.
São os puzzles do dia a dia, terapia de uma alma atravessada que tanto se habituou ao escuro que se sente pouco confortável à luz.
São os traços que quero apagar, são as linhas que quero esconder e um peso que quero aligeirar. Aqui sou um eu...

sábado, 17 de janeiro de 2015

Pst... dos sábados que o relógio tem dificuldade em acompanhar

Uma breve leitura pelos títulos de alguns jornais nacionais durante este sábado frenético.

- "Costa e Assis juntam-se pela primeira vez depois do incidente do congresso" (Público)
- "Comandante americano ao Expresso: conversão das Lajes em bomba de gasolina 'não afeta capacidade dos EUA na Europa'" (Expresso)
- "Morre após jogar três dias seguidos" (Correio da Manhã)
- "Governador angolano tem 6 andares no Estoril" (Correio da Manhã)
- "Eduardo Lourenço diz que Sócrates 'está com coragem para lutar'" (Jornal de Notícias)
- "'Quando voltar ao Governo, voltarei diferente do que era quando saí do Governo'" (Diário de Notícias)
- "Advogado de Carlos Cruz diz ser 'prepotente e inconstitucional' retirada da condecoração" (Diário de Notícias)
- "Jesus: 'Não uma uma enciclopédia'" (Record)


...

E podemos fechar o dia e ir para os copos logo!?

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Pst... do tardio respirar do dia a dia

A partir de quantos dias se torna obscena a rotina?
Estamos em 2015 mas julgo que deixei a cabeça no ano transato e é altura de a recuperar. Porque isto de estar sentado à espera que o telefone toque é castrador. E tudo que mutila e condiciona nunca carrega em si boas novidades.
Amanhã é 4.ª feira, é um bom dia para começar a respirar os novos ares de um ano prometido e cheio de promessa.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Pst... lambisgoziano

Não, não vou jogar o meu destino ao girar da garrafa, para ver onde aponta o gargalo. Quero, vou atrás, de garrafa em riste, disposto a quebrá-la em cabeça alheia para fazer perceber, sem equívocos, o que quero.
Pois, quando se quer vai-se atrás. Não há espaço, no meu mundo, para pausas de curiosidade, de apatia, de inquieta distância mas sem força, ou querer, para dar o passo necessário. Não há "vamos ver", ou pior ainda, "logo vemos". Não há espaço para opiniões alheias, para contributos terceiros e para sentar no banco dos réus.
 Não há meio termo, não há momentos para a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w x, y e z. Há uma resposta, imediata, daquilo que vem bem de dentro. Do mais pessoal que temos. Há aquilo que temos, nada mais.
Não, não me olhes, guarda esse olhar mortiço. Já o vi antes. Pois daqui há e sempre houve vida, por muito que tivesse decorrido por ruas e vielas.

Pst... da mexe/remexe das palavras sem cor

Palavras secas, pouco dadas. Esta espera constante, inquieta e desonesta. "Fui, estou, vou". Sem alma nem traços, menos ainda expressão. Num horizonte de explosão de cores, as pinceladas pouco cromáticas são o esperado. O normal. O hábito. Nada mais.

Triste a sina do pardieiro, que de entusiasmo contagioso pouco reza.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Pst... da indignação de algibeira

Ninguém conseguiu ficar indiferente aos acontecimentos do dia de hoje. O ataque terrorista à redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo tão cedo não vai fugir do imaginário das pessoas, chocadas com a gratuidade da vida humana, do desprezo pela tolerância e pelas loucuras que a fé religiosa pode proporcionar. O polícia deitado no chão, sumariamente executado com um tiro, indefeso, aos gritos de "Vingámos o profeta" são de uma atrocidade sem palavras. Fica à consciência de cada um a forma como aceita as imagens. Por mim digo, será uma imagem que não se apagará.

Mas como de um mundo global se trata e nele vivemos, por pouco não assistimos em direto ao acontecimento. Mas rapidamente inundou-se a internet de vídeos do acontecimento, bem como todas as atualizações à notícia que marca para já este ano. Sucederam-se as manifestações de pesar, de indignação, de pedidos de forca - ou guilhotina, tratando-se de França - para os terroristas e para um combate sem tréguas aos radicias islâmicos. Vi sobretudo as expressões de liberdade de expressão e liberdades humanas. Vi quem falasse "da menina que, de minissaia e top decotado, que se passava insinuante junto de um bairro estranho. Estava a pedi-las", vi quem referisse "a insensatez da sátira em assuntos que se sabem delicados". Havia para todos os gostos, bem como para todas as imagens que ciclicamente inundam as redes sociais, disponíveis para likes e pouco mais.

Esta batalha sangrenta de hoje não fugiu do tiki-taka do que são as redes sociais e noticiários. Mas foi só uma batalha. Como no passado dia 17 tinha havido outra, no Afeganistão, onde morreram 132 crianças que se limitavam a estar numa escola. Como há em Bagdade, um pouco por toda a África e mesmo até nos EUA. Mas Paris é Paris e o resto... é outro mundo. A bem ver, se fôssemos todos manifestar o nosso pesar por cada acontecimento terrível deste planeta, mais não faríamos do que apresentar condolências e entrar em ondas virais de sentimentalismos exacerbados.

Mas sobra sempre o lado escuro. O lado que demora a ser falado e compreendido. Rendermo-nos ao facto de estarmos em plena guerra religiosa, com os lados cada vez mais extremados. E o guião é escrito de Kalashikov na mão, pela fação mais intolerante. Gostava, no entanto, de ter visto alguém falar honesta e abertamente da guerra que se trava. Uma em que não há heróis e sem hipóteses de haver vencedores. Só vítimas. E esta guerra que atravessa gerações, com poucos momentos de paz, nunca encerrará em si boas notícias. Só destruição. Dor. E sangue. E esse é um lado que nos toca a todos.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Pst... que ficava bem melhor se não fosse a cerveja

Há duas caras neste mundo. Aquelas que saem no imediato, no instante e naquele segundo e as outras. Aquelas que sob o efeito do sol ou do luar não escondem a base. Só há duas... Nunca sei qual vejo em ti.

Pst... dos vícios que montam o inverno

Sou fumador. Controlado, em "dieta" mas continuo fumador. Talvez um dia acabe com este vício mas para já, é enquanto escrevo estas linhas, fumo.
Tentar deixar? Sim, já me passou várias vezes pela cabeça, quando vou enumerando o prejuízo do vício. A saúde, sim, o dinheiro gasto, o stress, todos têm o seu contributo para tentar ultrapassar o hábito. Sobretudo nesta altura do ano, quando quem fuma jura a pés juntos que o deixará de fazer no primeiro dia de janeiro. Tantas e tantas vezes o fiz e vi fazerem. E o resultado? Continuam de cigarro na mão, esquecidos da promessa fervorosa que fizeram em tempos.
Quero no entanto ser diferente. Não vou lançar ao ar que vou deixar de fumar, vou só lançar ao ar que este será o último ano de fumador que passarei.
Sim, hoje é dia 3 de janeiro, todas as passas dos desejos ainda reinam no subconsciente, isto para quem não as bolsou nos excessos da época. Todas as promessas são válidas, o ano ainda dá os primeiros passos e a vontade de uma vida nova, necessariamente melhor, pesa.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Pst... lento, como convém em início de ano

Aproveito para desejar que tenham havido excelentes entradas em 2015. Pelo menos melhores e mais inspiradas do que este post que escolhi para celebrar o novo ano.