terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pst.... de parar o ponteiro

Uma expressão nunca antes ouvida: "Faz-me parar o ponteiro".
Ao nível do "salta-me a tampa", a versão nortenha é bem mais sugestiva.

Ora, que nem a ousadia e a loucura não compensam, diziam?

sábado, 27 de setembro de 2014

Pst.... do sentir uma falta tremenda

Sinto falta dos gestos, das palavras e dos carinhos que guardas em ti.
Sinto falta dos momentos que prendes em ti.
Sinto falta de sentir falta.

Sinto, só.
A falta que fazes.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pst... das pessoas de génio IX

...
Abre-lhe as folhas devagar, com jeito,
Como se fossem pétalas em flor.

Olha que eu outro já não sei compor
Mais santamente triste, mais perfeito.
Não esfolhes os lírios com que é feito
Que outros não tenho em meu jardim de dor!

Florbela Espanca

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pst.... da fobia da noite

Fobia
  • temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.
  • espectro de transtornos de ansiedade com a característica especial de só se manifestarem em situações particulares.
Tenho, claro. Pássaros tiram-me do sério, não consigo conviver com aquela malta de penas, bico e que coloca ovos. Ferem-me os nervos, alertam os sentidos e fazem-se ter pensamentos de genocídio.
No entanto, ontem percebi que havia mais, até aqui pouco manifestadas. Por exemplo:
  • sair com amigos e um deles não largar o telemóvel, cuja luz pisca ao ritmo da música, enquanto se confunde com as luzes da casa. Vício nojento e mal-educado.
Numa perspetiva muito liberal, o gesto mais não diz que "estou-me nas tintas para quem aqui está". Deve haver mais, é certo, por ora fico-me por esta.

Nota: aparentemente o hábito é tão comum que já tem nome definido. Phubbing, ou o ato de ignorar o outro por estar demasiado focados no telemóvel.

domingo, 21 de setembro de 2014

Pst... do shiu XII

Try to let it go...



Pst... do silêncio quebrado

O silêncio cortante
Duma noite vazia.
O silêncio intenso
Duma alvorada em paz.
O silêncio duro
Dum amanhecer chuvoso.

O silêncio quebrado
Numas palavras de ocasião
Não pedi para que parasse
Mas chegaram, toscas e despidas,
Da noite que não esquece.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pst... do espeta que não dói! Espera, afinal, não...

Quando as conversas no pardieiro conduzem-te exatamente ao mesmo beco, num quadro em que já conheces as formas, as cores, o efeito da luz... enfim, que já não reserva surpresas.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pst... dos dias a crescerem

Talvez seja altura de virar a página, talvez mesmo este seja o último que faço com a camisola vestida.
Passou a primavera, chegue então o verão.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Pst... do sabor do caramelo

Inocente mas com a confiança de quem domina o mundo, a disposição para aprender era tremenda. Assim foi, ao longo de épocas desgastantes, com jornadas terríveis e outras cujo sorriso não abrandava. Fazia parte, sabia-o, lutava por algo melhor, que o completava. Era o tempo das papas de aveia quando te é dado um caramelo para a mão.

Era este o cenário, o dia a dia. Estava feliz, julgava-se capaz de dominar todas as ferramentas e surpreender quem próximo convivia. Eram os dias solarengos. Os desafios eram constantes, assim como sempre deviam ser. Guloso, desembrulhou o caramelo e riu-se das cores, do toque pegajoso e saboreou por antecipação o momento.

Pois não há sol que dure como tempestade que não abrande. Fatal, como dizem do destino de todos nós. E por mais que enxuguemos o passo, o raio-que-o-parta acaba sempre por te agarrar e dar uma lição feroz de realidade.

Pois o caramelo estava na mão... quando o decidem pedir de volta! "Agora só papas de aveia", referiram, de forma ausente e característica. Mas a mensagem estava dada, crua e desonesta... o caramelo estava em via de se esfumar!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Pst... duma frustração em crescendo

Frustração:

  • emoção ou sentimento que ocorre nas situações onde algo ou alguém obstrui o alcance de um desejo pessoal; incapacidade;
  • ou quando as palavras não chegam, pouco solidárias com a tua sorte; incapacidade;

Tem sido regular mas, acima de tudo, destinada a ser inevitável.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Pst... da unFashion Night Out

Cego. Impaciente. Pouco razoável. Medo. Irrefletido.

Quiseste ser tudo, foste pouco mais do que nada.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Pst... do abanar que aqui não sai menos que tudo

Apetece-me abanar
E fazer cair desses ramos secos
Para lá da vontade e querer
E deixá-los soltos ao ar
Toda uma vida e sentimentos
Que deixaste um dia crescer.

Apetece-me abanar
Do tudo o que te tem preenchido
O pó, as rugas e os demais
Que só apetece rasgar
E dizer um adeus sentido
Para longe, nunca mais.

Dizes difícil ao momento
Que escolheste sem receio
Reviras os olhos das palavras
Ganhas sono com o vento
Num cadeirão meio cheio
De promessas já recalcadas.

Pois, não sou o sol e a lua
Fico logo sem argumentos
Pois só apetece-me abanar
E cuidar que a vida é curta
Que não espera pelos distraídos
Quando passa sem parar.

Pois apetece-me abanar
O sentimento alegre em ti.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pst... delirante até dizer chega

Procuram-se nos acordes da noite
Os tons que lançam a saudade
Ouve-se o vazio do silêncio
Tão claro quanto a verdade.
Pelo escuro se tece
A pauta dos sentimentos
Na noite que não cuida
Da ordem dos teus pensamentos.

Vem o medo e desilusão
Ferir o amor sem parar
Sem conter a tentação
De tudo querer abandonar.
Ditam o tom e o ritmo
Duma fuga sem pensar
Ladrões do antigo sorriso
Dum corpo que recusa quebrar.

Sobra a força dum momento
Na ausência de mais palavras
O calor daquele brilho
Que protege as pautas dadas.
Não falo por mim
Pois a tanto não quero
Antes pelos tolos por aí
Que cuidam um coração aberto.

Louve-se, espalhe-se pelo reino
De tão maus quanto modestos
Que o rapaz trata-se por tolo
Neste arremesso de versos.
Pois se cuida não dormir
É porque algo maior se trata
Dos acordes que se ouvem
Encheu-se o silêncio desta bravata.

Pst... de elefante perto de porcelana - cena I

Ouvido recentemente:

"Estes copos de vinho são giros. Eu ofereço que fazem falta em tua casa."
"Obrigado. Assim, quando terminarmos, depois leva-los contigo."

Isso... mesmo!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pst... do frio/quente do número seis

Procuro no teu olhar as perguntas. São muitas, várias, tamanhas, que me assaltam na tua companhia e demais ausência.
Procuro nas tuas palavras as questões. São tantas, enormes, que desejo nas letras e expressões.
Procuro nos teus gestos os momentos. São extraordinários, reflexos, que saboreio no mimo e no momento em que não existo.

É uma aventura irrequieta, sem noção dos planos em que estou. Em que me colocaste...
Intensa e vivida, desejada e equilibrada.

No fundo, em ti tenho as questões que sempre quis e as respostas que sempre desejei. E, contas feitas, não tão por alto assim, são seis hoje, como amanhã serão outros seis. E permite-me, serão seis todos os dias.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Pst... dum pardieiro em desânimo profundo

Oh pardieiro da desventurança. Que caminho escolhem por ti, sem cuidar de te consultar. Segue rija a festa dos opressores, com carta branca para suportar as suas insanidades.
Pobre pardieiro desdito, que mal te fazem? Um fantoche, nas mãos das hienas e do mentor, numa dinastia doentia que lambe os dedos com a desgraça que os rodeia.
Regressas aos fundamentos da intolerância e do desdém, condicionas um pardieiro que de família pouco sobra, em nome de números frios e cruéis.
Dite-se pois bem a desonestidade da casa pois quem a cuida, cuida pouco de se dar ao respeito. Regressam os Brutus de espada afiada e sede de vingança.
Pobre pardieiro... o pouco que resta vai agora.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Pst... do pardieiro em lume brando

À semelhança do ano passado, eis que o regresso de férias coincide com mudanças radicais no pardieiro. Mais uma vez, a opção de cortar a cabeça em vez de extinguir o cancro que consome internamente as paredes do estabelecimento foi a mais viável. Há ritmos e mudanças que se seguem ciclicamente, perante o beneplácito do resto da manada que a cada momento prova a si mesmo que mais não é do que isso: uma manada. Vistas curtas, certamente...

Pois bem, muda-se o rosto, mantém-se o problema, com oxigénio e liberdade para aumentar de proporção. Características ideais para o regresso da Santa Inquisição e a gilhotina, como se um pardieiro medieval se tratasse. Em vez do remédio - e da terapêutica de choque -, segue-se o caminho já antes seguido, com esperança de outro resultado. O efeito placebo sui generis.

Para grandes males, grandes remédios, dirão muitos. Os ressabiados, por certo. Mas a manada, essa, olha sem ardor para o futuro que chega já amanhã com a mesma expressão perante tantos e tantos futuros que algum dia puderam imaginar, escondendo os seus temores e não dando créditos aos seus receios.

Agora é tempo de reafirmar alianças, enfernizar quem andava tresmalhado e ajustar contas com quem ousou. Pois, triste manada... quando não se cuida dos seus, não saberá quando chegar o momento cuidar de si.