O tempo parece não passar por ti como para toda a gente. As mesmas expressões, o mesmo olhar e as mesmas rugas de quem vê os dias passar, um após outro, com desdém.
As portas abertas que convidam a entrar, o abraço forte para descontrair e o sorriso posto de quem nunca te viu partir. O calor próprio de quem sempre sentiu a falta, as palavras ainda acesas da última conversa. São assim os dias na Senhora da Beira.
sábado, 29 de novembro de 2014
Pst... duma cidade que não esquece
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Pst... ficcionado, tonto e surreal
Relatos de uma conversa matinal, feita em tons modernos, com sinais de certo e símbolos animados, tudo o que um smartphone dá direito:
"Bom dia" (like numa foto)
"Bom dia, dormiste bem?"
...
(like noutra foto) "Sim. Está tudo bem... e por aí?" (comment num post, seguido de like).
"Acordei agora. Ninguém com vida decente acorda a estas horas".
...
"A minha manhã foi uma seca" (like em mais uma foto) "Daqui a pouco vou almoçar" (4.° like).
"Também. Arranjar-me, comer qualquer coisa e sair para trabalhar".
...
...
(like, post e comment) "Então bom almoço" (like no comment, like).
"Like".
Pst... daquele momento que de vaidoso tem pouco
Tantas vezes já se ouviu que a maneira de conquistar um homem é pelo estômago. Uma cena que vem talvez do século XXIII, com as devidas atualizações que o tempo se encarregou de dar.
Pois, estando o estimado estômago de saúde, aqui o truque está num belo, delicioso, quente, harmonioso e charmoso... cachecol. Simples, não?
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Pst... de uma fotografia que não existe
Dias sem memória
Oceanos sem cor
A alma desta história
Num livro de dor.
São flashes de dias quadrados, chuvosos, duros que se pinta o retrato do hoje. O de hoje e de tantos que lhe antecederam, como provavelmente tantos que aí se seguirão. Vou embora e carrego comigo a sombra da dúvida, num quadro pintado a preto e branco. Amargurado e sem saber onde pousar o olhar, encaro a máquina com a esperança que ela não dispara. Não agora.
Venham de lá esses dias prometidos, que o mal-entendido tem a sua hora marcada.
domingo, 23 de novembro de 2014
Pst... do para lá do espelho
Saber por saber, mais vale a ignorância da desatenção do que a certeza da atenção.
sábado, 22 de novembro de 2014
Pst... de quando nada bate certo
Assalta-me o terror deste deserto, como tantos outros que vivo diariamente. Sem prejuízo da rotina, de mão dada com o igual.
Valhes-me tu, menina, que de todos os terrores ao qual sobrevivo, os teus são os mais doces que possuo. E os quais mais falta sinto.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Pst... passo a passo, num ritmo pausado
Estaciono.
Toco e entro.
Sento-me.
Fecho os olhos e inspiro.
Estremeço e acordo.
Arrumo-me e pego nas coisas.
Conduzo.
Deito-me.
Adormeço.
sábado, 15 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Pst... de elefante perto de porcelana - cena II
Ouvido recentemente:
"Estes hamburgueres do Macdonald's souberam tão bem... quase, quase como fazer amor contigo"
Isso... mesmo
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Pst... que ao sol tem mais sentido
Pesado. Agressivo. Verdadeiro. Duro. Agonizante. Honesto. Impestivo. Sincero.
Foram palavras do fundo do poço, como ecos do coração. Foram dizeres da montanha, como ecos de ajuda. Foram palavras de verdade, como ecos do som do nós.
domingo, 9 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Pst... desinibido de pensamentos dos outros
'Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto.'
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Pst... das confissões fora de tempo
Apetece embebedar-me barbaramente. Cumprir os caprichos que as cervejas, shots e gin me reservam. Culpar nos copos as frustrações de um dia a dia sem chama nem gás. Assistir na cadeira, longe, a destruição sem acordo e gratuita.
Gritar à chuva que existo, que respiro e que quero. Deixar a lua ser testemunha deste fragmento do qual me enredei. Soltar na brisa feia e fria da noite uma história do qual me chamam para protagonista mas do qual figurante já basta.
Vomitar todos os males do mundo, deitar-me num quarto flutuante e acordar pela manhã limpo e novo, para um outro ciclo vicioso.
Quero isso tudo... novamente.
Pst... da ilusão pequena
Vamos esquecer quem somos e de onde vimos. Vamos deixar de lado tudo que somos e o que nos deram ao longo do anos.
Vamos ultrapassar a nossa maneira de ser e os hábitos. Vamos enterrar as barreiras, medos, dúvidas e frustrações.
Que te sobra?
Não quero...