quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Pst... nata, nata, nata... natalício

A todos aqueles que aqui passam o serão, ou só mesmo um instante, que vão no comboio ou de carro, que guardam pensamentos tristes, que abanam a cabeça de reprovação ou fazem trajeitos de dor sobre estas linhas, aqueles que se riem, se interrogam docemente ou ficam a pensar no que leem,

Um Feliz Natal 

domingo, 21 de dezembro de 2014

Pst... das miniconquistas

E ao sétimo dia... mantém-se intacta uma das minhas resoluções de pré-ano novo.
4x3 cumprido à risca. Impreterivelmente...

sábado, 20 de dezembro de 2014

Pst... do breve comunicado

A minha conta bancária/disposição segue em contraciclo com a vontade dos meus amigos em sair à noite.

Pst... do shiu XXII

Lonely saturday...

Pst... da tradição que chegou para o Natal

Uma tradição natalícia não precisa de ser uma aventura. Esta minha até é bastante simples. Só necessita de um bolo-rei, que até costuma ser oferecido no pardieiro, e uma pequena volta pelas redondezas.
Há sempre alguém que lhe dá melhor proveito que alguma vez conseguiria dar. E de mãos vazias vou muito mais satisfeito para casa.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Pst... dos dias mais extensos de inverno

Há sempre um lugar na mesa...

Pst... das pessoas de génio XI

"Nunca houve numa 'vida única' uma 'afeição única': e se nos parece que há casos em que houve é que essa vida não durou o bastante para que a desilusão e a mudança se produzisse, ou quando se produziu ficou orgulhosamente guardada no segredo do coração que a sentiu."

Eça de Queirós

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Pst... das palavras ímpias em português

Cansei de pensar
Em tudo que quero ter
Cansei o gesto
A cor e o tom
O paladar e o frio
As linhas e entrelinhas
As brincadeiras...
Os momentos sensíveis.
Não quero recordar
Nem viver neste novelo.
Tanto cansei e voltei a cansar
Tantas voltas dei a imaginar
Até que esqueci de viver
E o quanto me esqueci que vivo.

Pst... do rescaldo do fim de semana noctívago

A digestão dos momentos leva o seu tempo. Assim me confesso. Um período de "vacatio legis" bem apelativo para não cair na tentação calorosa. Não é no dia seguinte, sob o efeito castrador do abuso, tanto de à vontade como de álcool, que é feita a análise, que é esmiuçado o cenário, que são interpretados os holofotes da questão. Não é o calor abusivo do nervo que se explicam, se entendem e se conjugam duas posições que antes se extremaram.
Pensado, revivido, lembrado, recordado, falado e discutido, observado à distância e sob o olhar alheio, comentado entre dentes e acusado sem julgamento. A ausência consentida e a curiosidade falaram muito alto, soou-me justo, na mesma proporção do exagero e falta de bom senso dos gestos e expressões.
Aqui não há heróis nem vilões, menos ainda vítimas. Aqui há mais, muito mais. Eu já dei conta, fico à espera do sinal que também o tenhas dado.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Pst... do arroto humorístico no pardieiro

Justiça ao pardieiro seja feita, que de quando em vez lá solta um ar de sua graça.

"É a primeira vez que não consigo dar a segunda. O pânico chega quando é a segunda vez que não consigo dar a primeira."

Instrução básica.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Pst... da anilha e do ferrão

Pobre alma, que selas um destino ao conforto da palavra vazia e do coração estilhaçado.

Pobre triste, que amparas no peito o vazio de um sonho vendido.

Pobre, um brinde.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

domingo, 7 de dezembro de 2014

Pst... das palavras que juntas não fazem um texto

Tento afastar as memórias
do passado, presente e futuro
uma sequência de imagens próprias
de maior ou pouco orgulho.

Esta luta sem quartel
tolde todos os movimentos
aprisionado numa cela pouco fiel
visível em tantos momentos.

Sou preso por vontade dominada
duma carapaça já tantas vezes rija
são abraços de memória toldada
duma alma já pouco fixa.

Vivo frágil de medos
alimento com carinho os receios
a imaginação já sem pesos
da luta do despertar dos anseios.

Quero aquilo que quero ser
pois falta muito por onde lutar
caminhar impávido a descer
num percurso sem poder abrandar.

É o norte que aponta o coração
a ditar este ribombar de palavras
de um sentimento em peregrinação
por uma vida nas minhas palmas.

Pois pouco e tudo tento fazer
que me baralho pelo caminho
assaltado por um confiante querer
mas preso por esta guerra sozinho.

Sou eu e eu somente
que a história um dia vai rezar
a quem cai esta cruz dormente
para eu, Apanhador de contas, contar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Pst... olá :)

Ah, ontem sim, vislumbrei-te. No tom, na segurança e na palavra estavas ali, entregue e nua. Despi-me de pudores e fomos quem devemos ser. Fomos o que quisermos ser, o que temos de ser.

Ontem, sim. Vislumbrei-te e estavas lá. Acenei e sorrimos. Estivemos. Porque os medos arrepiam, porque as ilusões são naturais como as desilusões, porque sempre foi um novelo de emoções. Somos.

Ontem. Sim. Estiveste.

sábado, 29 de novembro de 2014

Pst... duma cidade que não esquece

O tempo parece não passar por ti como para toda a gente. As mesmas expressões, o mesmo olhar e as mesmas rugas de quem vê os dias passar, um após outro, com desdém.
As portas abertas que convidam a entrar, o abraço forte para descontrair e o sorriso posto de quem nunca te viu partir. O calor próprio de quem sempre sentiu a falta, as palavras ainda acesas da última conversa. São assim os dias na Senhora da Beira.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Pst... ficcionado, tonto e surreal

Relatos de uma conversa matinal, feita em tons modernos, com sinais de certo e símbolos animados, tudo o que um smartphone dá direito:

"Bom dia" (like numa foto)
"Bom dia, dormiste bem?"
...
(like noutra foto) "Sim. Está tudo bem... e por aí?" (comment num post, seguido de like).
"Acordei agora. Ninguém com vida decente acorda a estas horas".
...
"A minha manhã foi uma seca" (like em mais uma foto) "Daqui a pouco vou almoçar" (4.° like).
"Também. Arranjar-me, comer qualquer coisa e sair para trabalhar".
...
...
(like, post e comment) "Então bom almoço" (like no comment, like).

"Like".

Pst... daquele momento que de vaidoso tem pouco

Tantas vezes já se ouviu que a maneira de conquistar um homem é pelo estômago. Uma cena que vem talvez do século XXIII, com as devidas atualizações que o tempo se encarregou de dar.
Pois, estando o estimado estômago de saúde, aqui o truque está num belo, delicioso, quente, harmonioso e charmoso... cachecol. Simples, não?

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pst... de uma fotografia que não existe

Dias sem memória
Oceanos sem cor
A alma desta história
Num livro de dor.

São flashes de dias quadrados, chuvosos, duros que se pinta o retrato do hoje. O de hoje e de tantos que lhe antecederam, como provavelmente tantos que aí se seguirão. Vou embora e carrego comigo a sombra da dúvida, num quadro pintado a preto e branco. Amargurado e sem saber onde pousar o olhar, encaro a máquina com a esperança que ela não dispara. Não agora.  

Venham de lá esses dias prometidos, que o mal-entendido tem a sua hora marcada.

domingo, 23 de novembro de 2014

Pst... do para lá do espelho

Quanto mais venho a conhecer as pessoas, mais vontade fico de não querer dar importância.
Saber por saber, mais vale a ignorância da desatenção do que a certeza da atenção.

sábado, 22 de novembro de 2014

Pst... de quando nada bate certo

Tenho sobre mim a lâmpada da desinspiração. As palavras soam monocórdicas, tristes e errantes. Não se somam, não se juntam nem colaboram entre elas. Sinto a prisão do desânimo, que corre pelos ossos, entalada nos poucos desafios propostos e num entusiasmo cada vez mais distante. São dias, como tantos outros, inócuos e inofensivos. Vulgares, sim, sem sombra de dúvida.

Assalta-me o terror deste deserto, como tantos outros que vivo diariamente. Sem prejuízo da rotina, de mão dada com o igual.

Valhes-me tu, menina, que de todos os terrores ao qual sobrevivo, os teus são os mais doces que possuo. E os quais mais falta sinto.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Pst... passo a passo, num ritmo pausado

Conduzo.
Estaciono.
Toco e entro.
Sento-me.
Fecho os olhos e inspiro.
Estremeço e acordo.
Arrumo-me e pego nas coisas.
Conduzo.
Deito-me.
Adormeço.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Pst... de elefante perto de porcelana - cena II

Ouvido recentemente:

"Estes hamburgueres do Macdonald's souberam tão bem... quase, quase como fazer amor contigo"

Isso... mesmo

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Pst... que ao sol tem mais sentido

Pesado. Agressivo. Verdadeiro. Duro. Agonizante. Honesto. Impestivo. Sincero.

Foram palavras do fundo do poço, como ecos do coração. Foram dizeres  da montanha, como ecos de ajuda. Foram palavras de verdade, como ecos do som do nós.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Pst... desinibido de pensamentos dos outros

Quando as letras sobre a ausência não compensam a distância que se criou.

'Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto.'

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Pst... das confissões fora de tempo

Apetece embebedar-me barbaramente. Cumprir os caprichos que as cervejas, shots e gin me reservam. Culpar nos copos as frustrações de um dia a dia sem chama nem gás. Assistir na cadeira, longe, a destruição sem acordo e gratuita.
Gritar à chuva que existo, que respiro e que quero. Deixar a lua ser testemunha deste fragmento do qual me enredei. Soltar na brisa feia e fria da noite uma história do qual me chamam para protagonista mas do qual figurante já basta.
Vomitar todos os males do mundo, deitar-me num quarto flutuante e acordar pela manhã limpo e novo, para um outro ciclo vicioso.
Quero isso tudo... novamente.

Pst... quando não se dorme em folgas


Pst... da ilusão pequena

Vamos esquecer quem somos e de onde vimos. Vamos deixar de lado tudo que somos e o que nos deram ao longo do anos.
Vamos ultrapassar a nossa maneira de ser e os hábitos. Vamos enterrar as barreiras, medos, dúvidas e frustrações.

Que te sobra?

Não quero...

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Pst... inquieto que pouco é

Vivo de coração nas mãos. Sempre o fiz, obedecendo ao que ele vai ditando, sossegando-o quando posso e escutando-o religiosamente nos seus bateres e ditados.
Habituei-me a ouvi-lo, tinha de ser, tinha de silenciar as vozes inquietas que a pouca razão lança. E são tamanhas, avassaladoras, uma dor contínua e uma torrente de dúvidas, questões e hipóteses. Sempre foi assim, num desassego analítico impiedoso, de porquês, comos e quandos. De cenários, histórias e muitas memórias.
Sou inimigo inconsciente da rotina e do hábito. Vivo bem na confusão, encontro no reboliço um estilo de vida de quem grita calado. De quem vê cego, ouve surdo e fala mudo. Inconsciente e inconsequente, habituei-me que nada é como é por ser assim. Não queria... mas correm impiedosas as instruções da razão pouco dada à segurança. Quero o impossível e o pouco provável.
Num cenário por vezes bem desequilibrado, valha o suave bater do coração para ganhar coragem de sossegar o isossegável.

Pst... do tirar a barriga de misérias

Ontem quis, ontem não quis saber. Fui o eu de sempre preso no eu de agora. Fui o que sempre quis ser enjaulado em quem sou agora. Fui alma e copos na noite das promessas. Ontem venci o sono e o vamos-mas-não-vai-dar e joguei-me nos braços, apoiados, de quem quero ser.
Afastei a saudade que não sentia, risquei o desejo de partilha e abandonei as regras do bom senso. Ontem tive duas faces no sonho que sinto e fui feliz.
No palco de todas as tropelias, fui patife de mim mesmo e vivi para sentir e senti a vida em mim, na certeza de uma alma e corpo que está onde quer estar. Fim de ato.


domingo, 26 de outubro de 2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Pst... da vantagem da geração de 1979

O mundo ficou fácil. Enorme, cresceu e expandiu-se.
Só não nos levou atrás, de tão básicos que nos mantemos ser.
Sou de uma geração que acompanhou nos lugares da frente o mundo a mudar. Sobretudo no campo que sempre fez o mundo pular sobre si mesmo com mais frequência. A eterna história homem e mulher.

Um exemplo? Pois bem... as regras para falar com a rapariga que te enchia o olho juvenil. Eram simples, como se pode constatar! Fosse da tua escola, ou duma qualquer atividade do qual participavas, só havia uma forma de lhe falar fora desse ambiente. Ei-la...


Alguém se lembra o que era, quando se queria conhecer melhor alguém, ter como única alternativa usar o telefone fixo? Que era regra estar no meio da sala, o que para efeitos de privacidade era um pequeno mimo? Antes dos prefixos 21 e muito antes dos 96, 93, 91, 92...
Ou então a razão pelo qual não se ligava à hora de jantar, para não interromper o convívio familiar, para não sermos logo rotulados como mal-educados? Ou aquele estranho acaso do destino que nunca, mas nunca, atendia a pessoa esperada, antes algum irmão ou irmã que berrava, jocosamente, que estava um rapaz ao telefone para falar com a X? Ou pior, o pai ou mãe da rapariga, que causavam sempre um estranho e prolongado silêncio até que a distância de segurança estivesse percorrida, desde o momento que haviam entregue o telefone?
Ou porque não podia a chamada estender-se, pois havia numa ou noutra casa mais gente a querer usar o telefone? Sim, só havia uma linha em casa, logo eram muitos cães a um osso. Ou não ter maneira de voltar a contactar a não ser no dia seguinte, na escola, na atividade ou arriscavas todo o ritual pelo telefone?

Estou a ficar velho... bem vivido, até com algum charme e bem conservado, modéstia à parte! Mas velho para as coisas fáceis deste mundo! Ainda me apetece discar o número e cumprir todo o processo para ouvir a voz de quem quero do outro lado do telefone...

Pst... do diário agora que há divorciado na praia

Há coisas que não mudam. O recém-entrado divorciado tem cumprido todos os passos de quem se vê novamente lançado ao mundo. Tanto exibe um sorriso monstruoso, e sorri a qualquer sugestão, como esconde o ar triste quando julga não estar a ser visto.
Mas há certos momentos que devem constar de um qualquer manual do divórcio (do qual espero não o ler jamais) que, para qualquer pessoa atenta, não passam despercebidas. Pudera...
Exercício físico ("ginásio e sequências dignas de Rambo logo pela manhã"), noitadas e copos (duas, já, e de caixão à cova, já com fotografias ao lado de "beldades" da noite), roteiros dos melhores spots da noite lisboeta ("hoje há festa enorme aqui e ali") e gajas ("fiquei com o número desta e daquela", "os olhares daquela ali" e todo um ror de momentos e desejos mais descritivos que aqui não cabem...) entraram de rompante no dia a dia, que procura estender a todos que o rodeiam.
Há coisas que realmente não mudam, principalmente as que envolvem momentos do coração. Que seja livre e me guarde...

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Pst... muito fácil

Reverência ao destino

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem para fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefónica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Pst... do shiu XVII

But things never go away

Pst... do cá se fazem cá se pagam

Há dias a conversa era esta.
Mal dos meus pecados, que pouco avisado ando quanto aos castigos do destino. Começou a "era dos divorciados", sedentos e repletos de feromonas, com desejos profundos de compensar o tempo que agora lhes pareceu perdido. Hoje, segunda-feira de um veranil dia 20, começa uma fase que mais cedo ou mais tarde estava agendada, destes ciclos de vida que poucas surpresas já encerram.

domingo, 19 de outubro de 2014

Pst... de um conto de reis

A esplanada era convidativa, agora que o verão havia chegado. Estarmos em outubro é relativo, perante o calor e bom tempo com que somos brindados.
Colocar o corpo ao sol, tirar-lhe o mofo húmido e desfrutar destes pequenos grandes prazeres do dia a dia.
Na cadeira em efeito baloiço, para que o rosto pudesse ser banhado de calor, estava em sossego. Mil promessas se levantavam no momento, potenciadas pelo bom humor do sol. Festas, muitas, passeios tantos e diversão em barda assaltavam o pensamento. Havia tudo nas mãos, restava arranjar coragem para privar a alma de sono. Pois que os sinais há muito que estavam presentes. Precisava de promessas pois os dias mais não eram do que doses regadas de realidade. Precisava de tirar o sono que se instalara na alma, afogar as dúvidas crescentes, olhar mais longe do que o horizonte lhe permitia e construir os castelos no ar que sempre o fizera. Pois se o verão comete a ousadia de surgir no outono, também ele podia virar do avesso os seus dias. E foi de sorriso no rosto, assaltado de ânimo, que colocou a cadeira direita e saiu da esplanada rumo à vida que reclamava.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Pst... dos textos que soam pior escritos que imaginados

Sou bicho de mil vozes
Todas duras em uníssono
A tirar o sossego e as dores
Deste que vive para isso.

Sou bicho de mil rostos
Em permanente desarmonia
Que desalinham estes esforços
De contínua e profunda alegria.

Sou um enigma com solução
Deste dia a dia criado
Um paradoxo desta invenção
De quem pouco anda avisado.

Sou um nó bem apertado
Com pinceladas de bem e mal
Um conflito já experimentado
De tudo que possa ser real.

Sei quem e quem não sou
E desejo ter uma bússola minha
Guiando nesta bruma onde estou
Salvando-me da minha companhia.

Um puzzle vagabundo
De peças sem regras
Uma criação deste mundo
Onde faltam palavras e letras.

Pst... quando a ausência diz presente

A ausência é uma das palavras mais feias do dicionário da língua portuguesa. A sua capacidade de surgir em tantos momentos que te tocam de bem próximo faz também desta uma das palavras mais desprezíveis da nossa língua.

Mas degradante é mesmo quando ela te acena de forma voluntária. Ou seja, quando se vai aproximando, enquanto goza contigo, de forma pensada, de uma inteligência emocional que pouco mais é do que duas palavras. Quando a própria ausência o é... porque mais não tem por onde ser.


domingo, 12 de outubro de 2014

Pst... singelo e bem sentido

...
mais um prego no caixão, de olhos bem fechados.

See you in the morning

Pst.... dos cheiros do outono

Dizem sempre que a partilha de interesses em comum diz muito sobre duas pessoas. 
Mas é neste momento que aviso: fica aqui estabelecida a minha Linha Maginot


sábado, 11 de outubro de 2014

Pst... das fraquezas que o espelho procura

Fraquezas, medos e receios. Fantasmas, traumas e impressões. Dúvidas, hesitações e mau humor.

O espelho, sempre acusador, não perdoa. É implacável e sem perdão, na forma como aponta os elementos com o qual convivemos diariamente, sem porto de abrigo ou conforto. O sobressalto constante, cuja raiz é visível até com os olhos fechados, feito num mundo de sonhos que invadem a pouca paz que a noite apresenta.

Procuro fugir do espelho, ele não me merece crédito. Mas a qualquer momento lá entra ele na liça, lá traz novo traço até então desconhecido e desmancha a fuga desenfreada que lhe fazemos.

É uma luta intensa mas do qual sabes que sais sempre a perder. E não é no abraço que te chega o conforto, não é no sorriso que te chega o descanso. Chega quando chegar, se algum dia chegar...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Pst... das memórias que ganham vida com o passar dos Dias

Procuro nas memórias do tempo
Aquele momento que nos juntou
Num passado já lá dentro
Dum amigo em comum.

Rebobino a página das emoções
À procura daquele instante
Dois olhares, dois corações
Cruzados num abraço envolvente.

Uma noite como qualquer outra
Que saltou o pequeno-almoço
A promessa de todo surpresa
Dum futuro ali disposto.

Era um bar da nome estrangeiro
Talvez de tons de capital
Pedia-se celebração por inteiro
Duma festa até ali normal.

Uma afamada rua lisboeta
Que a noite de rosa coloriu
Repleta de bares e uma praceta
Que um destino ali uniu.

Pois foi então que te vi
Rodeada e sob proteção
Que de tímida pouco percebi
Que ali eras senhora da razão.

No olhar um brilho a disfarçar
Um ligeiro corar destemido
Nos lábios um sorriso a rasgar
Um tremor de paixão sentido.

Procurei da tua mão os dedos
Numa ousadia bem puxada
Senti-a livre de sentimentos
Expectante dos que eu carregava.

Percebi a minha confusão
Dum instante que te surpreendeu
Aquela mão sobre a mão
Duas almas que a noite envolveu.

Um aniversário que perdurou
Na memória cúmplice conjunta
Pelo instante que nos marcou
Numa madrugada profunda.

Quis o destino baralhar
Toda uma porcaria sem sentido
Que veio talvez para dar
A sensação, o certo profundo
O desejo e a vontade
A certeza e a ambição
De toda uma história por viver
De uma vida como temos.

Pst... do verve bilingue embrulhado

Verve:

Excesso de criatividade e entusiasmo que incitam o processo de criação do artista, do poeta.
Expressividade, boa vontade ou gentileza que definem uma personalidade, assim como aquilo que pode ser produzido por ela.
Figurado. Sensação de vivacidade; sentimento de energia ou vigor: tem estado cansado, sem verve.
(Etm. do francês: verve)

Em francês ou em português, procurava esta palavra há tempos. Toma, ofereço-a...Usa-a com parcimónia, quando achares necessário.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Pst... das tribos que se querem reinventadas

Ainda está para ser inventada uma coisa mais deliciosa do que as relações humanas. Homem-mulher, homem-homem ou mulher-mulher, para lá de outros apêndices que podemos acrescentar, a riqueza das pessoas no contacto com as demais é fantástica. Verdadeiramente sublime, caso haja paciência e atenção.

Pois há uns tempos que tenho observado e participado, conforme posso, num ramo de cultura urbana - ou moda, tanto faz a expressão - de certas tribos existentes na muy nobre capital do reino de Portugal e dos Algarves, que faz crer a quem os estuda e observa de perto que a interação entre ambos, num contexto social, tem de ser reduzida ao mínimo. A palavra chave aqui é mesmo à-vontade. Ou a ausência dele. Para evitar julgar e ser julgado, ver ou ser visto, comentar ou deixar de ser comentado. Uma dependência externa tremenda, tanto à semelhança do nosso país com a troika.

Fazem crer, nas ditas tribos, que um casal, seja qual for a substância que lhes dá corpo, tem de interagir como os demais em qualquer contexto, fora aquando da sua intimidade. Ou seja, o que os define como casal - o amor, o desejo, a paixão, a comunhão de gostos, a empatia, a esperança, entre outros - pouco pode transparecer aos olhares terceiros.
Sentar lado a lado numa mesa? Um incómodo.
Uma gentileza ou uma atenção? Que maçada.
Um gesto de carinho, ainda que discreto? Que drama a caminhar para o horror.
Um beijo ou um olhar atento e apaixonado? "Acho que temos de falar..."

(mas, atenção, não é difícil encontrar exemplos de casais que atuam no dia a dia como se estivessem permanentemente deitados lado a lado, com as mãos, lábios e olhares em intensa atividade... mas isso são outros quinhentos)

Pois esta tribo, certamente alvo de alguns ramos da psicologia, como todos devíamos ser aliás, tem particulares que estão sujeitas ao sabor do tempo, do crescimento, do amadurecimento e das vontades. A tempo de reinventar, ou reintroduzir as noções de romantismo e paixão, que definem a condição humana, sobretudo para aqueles tolos de coração aberto? Ora cá estaremos para ver...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pst... das três pancadas

Descobres-te ainda, com as dúvidas e medos de uma mente pouco experimentada. Excaixaram ou deixaste encaixar o teu mundo em paredes forradas a pensamentos, opiniões, julgamentos e condições. Julgas que todas as causas têm os mesmos efeitos, quando na realidade o que dá piada são sempre novas consequências. Novos desafios...
Quero sentir-te incómodo, que estiques os braços e vejas que eles chegam mais e mais longe. Isso, prometo, chama-se crescer e evoluir, desenvolver com saúde todos os sonhos que carregas. Pois eles estão lá mas precisam daquela luz de palco, do momento como não há outro que nos atesta de memórias e nos distingue.
Até, no fundo, nada mais carregamos em nós do que essas marcas que nos afastam de ser mais um rosto na multidão. E é em cada momento que ousas regras, quebras barreiras e lanças-te de olhos fechados que soam as três pancadas de Moliére: a peça vai começar.

sábado, 4 de outubro de 2014

Pst... do que lemos numa televisão, à falta de melhor

"Todos temos as nossas máquinas do tempo.
As que nos levam para trás são as memórias. As que nos levam para a frente são os sonhos.
A minha está emperrada."

Falácias de um filme domingueiro engraçadote

Pst... dos canecos que não se beberam

Caiu, saiu e partiu-se
 Para perto ou longe, não sei
 Simplesmente procurei-o
 E em mim já não encontrei.

 Estava, esteve, digo-o
 Senti-o bem dentro
 Aqui, num brilho
 Inesgotável de um coração aberto.

 Julgava-o preso
 Sentia-o palpitar
 Hoje que dele fui precisar
 Não havia nada para dar.

 Olho em volta, perdido
 Esperançado em o encontrar
 Algures, a pedir para ser achado
 Mas sem entusiasmo para dar.

Pst... da vida de solteiro tresmalhado

A vida de solteiro na capital do reino, quando já se sopraram há algum tempo as trinta e cinco velas, não é feita sem as mais anormais dificuldades.
Numa geração já estabelecida, feita amíude de cerimónias de casamento e nascimentos, a vida social resume-me a um xadrez de compromissos e cada vez menos possibilidades, riscando logo à partida a espontaneidade e o "siga" para a diversão.
São muitas as amarras alheias que te amarram também. São tantos os condicionalismos que olhando à volta, entre quem partiu para longe profissionalmente ou os que restam atados em compromissos familiares de todas as idades, sobra pouca, para não dizer quase nenhuma, margem para uma noite que não tinha sido alvo de intensa planificação.
Bons tempos que já lá vão, que não se dizia nada e bastava aparecer no sítio do costume que a diversão era garantida. Se calhar a razão é que lhes assiste na vida regrada, se calhar é o mal do tresmalhado que tenta integrar-se.
Vai difícil a vida de solteiro nesta cidade capital.

Pst... do shiu XIV

For those rainy days


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Pst... do preso n.° 7

Sei que não lês. Tenho a certeza que não entraste num mundo que te convidou e fez sentir que era importante a tua presença. Sei que não é o teu estilo, seja ele qual for. Se é que tens estilo, sequer.

Conheço-te o que posso, conforme dás. Não é muito, é conforme. Manténs barreiras de uma iniciada quando jogas pelos grandes. Portas-te como uma juvenil quando te toca à porta a responsabilidade. Julgas-te livre quando és a maior prisioneira de ti mesmo.

Sei que não lês. Sei que não me importa.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Pst.... de parar o ponteiro

Uma expressão nunca antes ouvida: "Faz-me parar o ponteiro".
Ao nível do "salta-me a tampa", a versão nortenha é bem mais sugestiva.

Ora, que nem a ousadia e a loucura não compensam, diziam?

sábado, 27 de setembro de 2014

Pst.... do sentir uma falta tremenda

Sinto falta dos gestos, das palavras e dos carinhos que guardas em ti.
Sinto falta dos momentos que prendes em ti.
Sinto falta de sentir falta.

Sinto, só.
A falta que fazes.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pst... das pessoas de génio IX

...
Abre-lhe as folhas devagar, com jeito,
Como se fossem pétalas em flor.

Olha que eu outro já não sei compor
Mais santamente triste, mais perfeito.
Não esfolhes os lírios com que é feito
Que outros não tenho em meu jardim de dor!

Florbela Espanca

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pst.... da fobia da noite

Fobia
  • temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.
  • espectro de transtornos de ansiedade com a característica especial de só se manifestarem em situações particulares.
Tenho, claro. Pássaros tiram-me do sério, não consigo conviver com aquela malta de penas, bico e que coloca ovos. Ferem-me os nervos, alertam os sentidos e fazem-se ter pensamentos de genocídio.
No entanto, ontem percebi que havia mais, até aqui pouco manifestadas. Por exemplo:
  • sair com amigos e um deles não largar o telemóvel, cuja luz pisca ao ritmo da música, enquanto se confunde com as luzes da casa. Vício nojento e mal-educado.
Numa perspetiva muito liberal, o gesto mais não diz que "estou-me nas tintas para quem aqui está". Deve haver mais, é certo, por ora fico-me por esta.

Nota: aparentemente o hábito é tão comum que já tem nome definido. Phubbing, ou o ato de ignorar o outro por estar demasiado focados no telemóvel.

domingo, 21 de setembro de 2014

Pst... do shiu XII

Try to let it go...



Pst... do silêncio quebrado

O silêncio cortante
Duma noite vazia.
O silêncio intenso
Duma alvorada em paz.
O silêncio duro
Dum amanhecer chuvoso.

O silêncio quebrado
Numas palavras de ocasião
Não pedi para que parasse
Mas chegaram, toscas e despidas,
Da noite que não esquece.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pst... do espeta que não dói! Espera, afinal, não...

Quando as conversas no pardieiro conduzem-te exatamente ao mesmo beco, num quadro em que já conheces as formas, as cores, o efeito da luz... enfim, que já não reserva surpresas.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pst... dos dias a crescerem

Talvez seja altura de virar a página, talvez mesmo este seja o último que faço com a camisola vestida.
Passou a primavera, chegue então o verão.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Pst... do sabor do caramelo

Inocente mas com a confiança de quem domina o mundo, a disposição para aprender era tremenda. Assim foi, ao longo de épocas desgastantes, com jornadas terríveis e outras cujo sorriso não abrandava. Fazia parte, sabia-o, lutava por algo melhor, que o completava. Era o tempo das papas de aveia quando te é dado um caramelo para a mão.

Era este o cenário, o dia a dia. Estava feliz, julgava-se capaz de dominar todas as ferramentas e surpreender quem próximo convivia. Eram os dias solarengos. Os desafios eram constantes, assim como sempre deviam ser. Guloso, desembrulhou o caramelo e riu-se das cores, do toque pegajoso e saboreou por antecipação o momento.

Pois não há sol que dure como tempestade que não abrande. Fatal, como dizem do destino de todos nós. E por mais que enxuguemos o passo, o raio-que-o-parta acaba sempre por te agarrar e dar uma lição feroz de realidade.

Pois o caramelo estava na mão... quando o decidem pedir de volta! "Agora só papas de aveia", referiram, de forma ausente e característica. Mas a mensagem estava dada, crua e desonesta... o caramelo estava em via de se esfumar!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Pst... duma frustração em crescendo

Frustração:

  • emoção ou sentimento que ocorre nas situações onde algo ou alguém obstrui o alcance de um desejo pessoal; incapacidade;
  • ou quando as palavras não chegam, pouco solidárias com a tua sorte; incapacidade;

Tem sido regular mas, acima de tudo, destinada a ser inevitável.


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Pst... da unFashion Night Out

Cego. Impaciente. Pouco razoável. Medo. Irrefletido.

Quiseste ser tudo, foste pouco mais do que nada.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Pst... do abanar que aqui não sai menos que tudo

Apetece-me abanar
E fazer cair desses ramos secos
Para lá da vontade e querer
E deixá-los soltos ao ar
Toda uma vida e sentimentos
Que deixaste um dia crescer.

Apetece-me abanar
Do tudo o que te tem preenchido
O pó, as rugas e os demais
Que só apetece rasgar
E dizer um adeus sentido
Para longe, nunca mais.

Dizes difícil ao momento
Que escolheste sem receio
Reviras os olhos das palavras
Ganhas sono com o vento
Num cadeirão meio cheio
De promessas já recalcadas.

Pois, não sou o sol e a lua
Fico logo sem argumentos
Pois só apetece-me abanar
E cuidar que a vida é curta
Que não espera pelos distraídos
Quando passa sem parar.

Pois apetece-me abanar
O sentimento alegre em ti.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pst... delirante até dizer chega

Procuram-se nos acordes da noite
Os tons que lançam a saudade
Ouve-se o vazio do silêncio
Tão claro quanto a verdade.
Pelo escuro se tece
A pauta dos sentimentos
Na noite que não cuida
Da ordem dos teus pensamentos.

Vem o medo e desilusão
Ferir o amor sem parar
Sem conter a tentação
De tudo querer abandonar.
Ditam o tom e o ritmo
Duma fuga sem pensar
Ladrões do antigo sorriso
Dum corpo que recusa quebrar.

Sobra a força dum momento
Na ausência de mais palavras
O calor daquele brilho
Que protege as pautas dadas.
Não falo por mim
Pois a tanto não quero
Antes pelos tolos por aí
Que cuidam um coração aberto.

Louve-se, espalhe-se pelo reino
De tão maus quanto modestos
Que o rapaz trata-se por tolo
Neste arremesso de versos.
Pois se cuida não dormir
É porque algo maior se trata
Dos acordes que se ouvem
Encheu-se o silêncio desta bravata.

Pst... de elefante perto de porcelana - cena I

Ouvido recentemente:

"Estes copos de vinho são giros. Eu ofereço que fazem falta em tua casa."
"Obrigado. Assim, quando terminarmos, depois leva-los contigo."

Isso... mesmo!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pst... do frio/quente do número seis

Procuro no teu olhar as perguntas. São muitas, várias, tamanhas, que me assaltam na tua companhia e demais ausência.
Procuro nas tuas palavras as questões. São tantas, enormes, que desejo nas letras e expressões.
Procuro nos teus gestos os momentos. São extraordinários, reflexos, que saboreio no mimo e no momento em que não existo.

É uma aventura irrequieta, sem noção dos planos em que estou. Em que me colocaste...
Intensa e vivida, desejada e equilibrada.

No fundo, em ti tenho as questões que sempre quis e as respostas que sempre desejei. E, contas feitas, não tão por alto assim, são seis hoje, como amanhã serão outros seis. E permite-me, serão seis todos os dias.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Pst... dum pardieiro em desânimo profundo

Oh pardieiro da desventurança. Que caminho escolhem por ti, sem cuidar de te consultar. Segue rija a festa dos opressores, com carta branca para suportar as suas insanidades.
Pobre pardieiro desdito, que mal te fazem? Um fantoche, nas mãos das hienas e do mentor, numa dinastia doentia que lambe os dedos com a desgraça que os rodeia.
Regressas aos fundamentos da intolerância e do desdém, condicionas um pardieiro que de família pouco sobra, em nome de números frios e cruéis.
Dite-se pois bem a desonestidade da casa pois quem a cuida, cuida pouco de se dar ao respeito. Regressam os Brutus de espada afiada e sede de vingança.
Pobre pardieiro... o pouco que resta vai agora.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Pst... do pardieiro em lume brando

À semelhança do ano passado, eis que o regresso de férias coincide com mudanças radicais no pardieiro. Mais uma vez, a opção de cortar a cabeça em vez de extinguir o cancro que consome internamente as paredes do estabelecimento foi a mais viável. Há ritmos e mudanças que se seguem ciclicamente, perante o beneplácito do resto da manada que a cada momento prova a si mesmo que mais não é do que isso: uma manada. Vistas curtas, certamente...

Pois bem, muda-se o rosto, mantém-se o problema, com oxigénio e liberdade para aumentar de proporção. Características ideais para o regresso da Santa Inquisição e a gilhotina, como se um pardieiro medieval se tratasse. Em vez do remédio - e da terapêutica de choque -, segue-se o caminho já antes seguido, com esperança de outro resultado. O efeito placebo sui generis.

Para grandes males, grandes remédios, dirão muitos. Os ressabiados, por certo. Mas a manada, essa, olha sem ardor para o futuro que chega já amanhã com a mesma expressão perante tantos e tantos futuros que algum dia puderam imaginar, escondendo os seus temores e não dando créditos aos seus receios.

Agora é tempo de reafirmar alianças, enfernizar quem andava tresmalhado e ajustar contas com quem ousou. Pois, triste manada... quando não se cuida dos seus, não saberá quando chegar o momento cuidar de si.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Pst... do entrar quando se sai

Regresso de férias há três dias. Um retorno inevitável, como consta da definição de férias: abandona-se, diverte-se e descansa-se mas a hora põe-se sempre a jeito. Fica sempre à nossa espera.
Chego quando se abandona, a vida tem destas coisas... os dados, quando lançados, são inflexíveis e a porta da rua, que não apetecível, é necessária.
Mas na verdade...

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Pst... do desencontro que se quer breve

Chegou o adeus, querida serra.
Mais uma vez deixaste-me tomar o teu pulso e os teus ares. Emprestaste-me os teus encantos e a magnificência. Relembraste-me dos poderes da natureza crua e dura, despida de preconceitos e opiniões. Deste-me a mão na tua serenidade. Nas fragas e fragões, nas pedras  e nas penhas, nas águas geladas e nos bosques, nos rebanhos e barragens.
Levo a tua marca bronzeada no corpo, desenhada nos músculos mas acima de tudo gravada neste espírito irrequieto e sonhador.
Pois que o desencontro seja breve... A tua bênção e até já!

Pst... do momento exato

Senti
O quanto me despertaste
Soube
O que abriste
Sorri
Ao teu sorriso
Olhei
Dentro de ti.

Estremeci
Nas palavras trocadas
Desejei
O beijo roubado
Toquei
No corpo ardente
Abri
Um sonho velado.

Desejei
Uma vida sem par
Troquei
Segredos mil
Abracei
O calor do momento
Vivo
Com mais ardor.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Pst... da galinha no cu do ovo

Este nem é um post National Geographic nem tem muito a ver com a galinha - apesar de logo estar no menu serrano para um jantar de gala.
É tão somente sobre o que damos na mão e levamos de garantido. Como um convite indesejado que lança as brumas ou uma conversa que se percebeu há muito era devida. Ou, entendamo-nos, o cu do ovo onde pára a galinha.
Conclusões há muitas, confusões também... Há sempre tempo para tomar o pulso das coisas e assentar os pontos nos devidos iiis. Sem que surjam como factos irremediáveis em nome duma inocência pouco habitual.
Ninguém disse que era fácil, nem foi feito para o ser. Mas nesta receita que vamos cozinhando, há ingredientes dispensados e dispensáveis. E não sendo uma ciência exata, há elementos mais exatos que outros.

domingo, 17 de agosto de 2014

Pst... duma serra a perder de vista

Do alpendre centenário, polvilhado pelos zumbidos dos insetos, a serra perde-se de vista, com Espanha a entrar-nos pelos olhos.
Como as ameias de um castelo medieval, sentado neste alpendre de madeira, como tantos outros antes de mim, respiro a calma que a serra oferece, saboreio os montes e vales no horizonte e sinto a frescura duma paisagem de cortar o fôlego.
Se calhar são os 1.500 metros de altitude que me transportam a momentos que são meus, teus e um dia nossos. Ou se calhar é só uma saudade enraizada que dá a mão. Mas seja qual for, daqui, debaixo deste sol picante, sinto a comunhão desta vida que escolhi.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Pst... dos desvarios duma mente perversa

Corpos suados
Prazeres intensos
Desejos molhados
Olhares imensos.

Movimentos decididos
Beijos ousados
Toques atrevidos
Lábios trincados.

Roupas a mais
Respirares ofegantes
Promessas totais
Orgasmos incessantes.

Intimidade crua
Dedos entrelaçados
A minha alma na tua
Em caminhos cruzados.

Olho-te
e sinto-me.
Quero-te
e esqueço-me.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Pst... de novos sorrisos

Encho os pulmões deste ar beirão, límpido e fresco. Sentado no sossego da esplanada, banhada por um tempo farrusco e quente, imagino-te comigo, aqui.
São dias imaginados mas nunca vividos, foram tempos esgotantes de pensamentos mil, lembranças e memórias. É o desejo profundo de um fim anunciado da distância e da ausência.
Encho novamente os pulmões deste ar e de ti... e encontro um sorriso que não reconheço. E é deixá-lo estar, sei sem ver que não me fica mal.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Pst... das regras de três simples

Este blog tem de tudo. Interesse e não tão interessante assim, diversão ou talvez não, frases e reflexões qb mas sobretudo, seja o que for, o prazer incrível que me dá. E tenho aprendido bastante desde que aqui me sentei pela primeira vez.
E isto serve para quê?
Para expor um ponto simples:
Não há recados nem pecados nestas linhas que vou escrevendo;
Não há subterfúgios nem escapadelas nas palavras que escolho;
Não há terceiras intenções ou desejos não antes revelados a quem me segue;
E sempre será assim. Sim senhora :)


Entendeste?

domingo, 10 de agosto de 2014

Pst... do foge, bicho, que não és aqui chamado

Lido algures...
"Quem não dá assistência, abre concorrência."
Psiuu...

Pst... reconhecido

Querida Senhora da Beira:

Abriste as portas para eu entrar, na tua forma delicada e rústica. Continuas idêntica, manténs o teu velho sabor. Mas, desta feita, tens de reconhecer, com estados de espírito distintos. Acolheste-me de braços abertos e as tuas atenções não cessam, não esgotam na surpresa de dias que queria partilhados. Quanta aventura podia ser prometida.
Não é novidade, já me vês há muito, conheces-me como poucos, sabes os meus recantos de alma.
E é no exagero desta vivência, dos sussurros aos gritos, deste sossego agitado que te escrevo. Para agradecer... para dar de mim... para ser quem sou.

sábado, 9 de agosto de 2014

Pst... de que os esclarecimentos são sobrevalorizados

"Em cima de melão, de vinho um tostão"

Diz a reza popular, de mil cumprimentos pelos caminhos da capital e não tão próximo assim.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Pst... de quando as orelhas deviam ser curtas

A matrona na esplanada salta à vista. Elegante e provocadora, olhar dominador e treinado para fazer efeito. Por entre o café e o cigarro por fumar, o tempo é dado ao telemóvel. O tom de voz, não sendo agradável, é intenso e permite-me escrever estas linhas.

"Olhe, não sei por onde me virar. Entre os três, não quero escolher e vou vivendo dia a dia conforme apetece. Vem um, chega outro e aparece o tal. A minha casa parece uma saladeira, sempre a acrescentar ingredientes", começa.
"Não penso que esteja a fazer uma história, até porque eles sabem uns dos outros e continuam a vir", explica.
"E as tuas férias?", remata, já com pouco fôlego.

Sinais dos tempos que de modernos pouco têm (ou mil maneiras de não ouvir as conversas do lado)

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Pst... do salta-pocinhas dos pensamentos


Os suores frios atacam os dedos e as mãos, à vez, tudo junto e em simultâneo. Os pensamentos correm desordenados, à procura de um tronco para encontrar estabilidade e coerência. Correm soltos, dispersos e contraditórios. As provas e as palavras são isso mesmo, insuficientes, escassas e pouco válidas. Uma estranha onda de pânico, que não encontra substância nem solo para germinar, ainda menos água para se alimentar, invade os ossos e toma conta dos atos, dos momentos e do dia a dia.

Já devia saber melhor, faz parte, como em todas as aventuras. Mas nunca soube encontrar o antídoto, tal como um burro velho para novas línguas.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Pst... da bem-aventurada ideia

Benditas ideias
cujas palavras me fazem ler
para não deixar de recordar
o que já não desejo viver.
Para o caminho feito
Só há uma direção
Em frente, sempre a eito
Que assim manda a razão.

Pst... da lei seca

De pensamentos, ideias e imaginação.
De teorias, factos e conspirações.
De momentos, ações e exageros.

Fosse de festas, farra e animação começavam as contas da vida.
Enfim, chegaste, venham de lá os brindes devidos.


terça-feira, 29 de julho de 2014

Pst... dos projetos vindouros

  1. escrever um livro
  2. desenhar aquele caminho que me faz feliz
E por aqui me fico, pois já tenho muito com que me entreter

Pst... dos aspirantes a férias

Conforme não chegam os dias prometidos, Lisboa continua a ser uma boa solução para as palhaçadas do dia a dia...


sexta-feira, 25 de julho de 2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Pst... de quem restam 3 horas para dormir

Pst... tristeza sem dívidas

Tristes noites
Palavras sem cor
Verdades frias
Olhares de dor.

Tristes noites
Solidão penetrante
Gestos ocos
Sentimento cortante.

Tristes noites
Copos vazios
Brindes fúteis
Eternos desvarios.

Tristes noites
Saudades crescentes
Sorrisos forçados
Desejos carentes.

Tristes noites
Destinos sem se cruzar
Suores frios
Telas sem nada para mostrar.

sábado, 19 de julho de 2014

Pst... daqueles dias que não riscam calendário

Os dias que não carregam a memória, de tão insípidos como são vividos.
Que não ocupam espaço, de tão poucos desafios que acarretam.
Que não trazem alegria, de tão reduzidos os interesses pela frente.
Que não são curtos, apesar da velocidade a que as horas vão passando.

Daqueles dias que ocupamos com tudo e com nada, feito de gestos pequenos e grandes mas sem resultados, de mil ideias sem chama e outros pensamentos desinteressantes.

Dias que começam e terminam sem novidades e sem entusiasmo! Que o Diabo os carregue, que não são para aqui chamados.

Isto das saudades...

terça-feira, 15 de julho de 2014

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Pst... impagáveis

Chegar à noite a um bairro histórico - e insuspeito - lisboeta, feito de calma e pessoas no merecido repouso, enquanto o silêncio da noite é interrompido pelos gritos desenfreados de paixão de um casal, que escapavam pela janela aberta da sala, misturados com os anúncios do intervalo da novela?

Isso é impagável...

domingo, 13 de julho de 2014

Pst... e esse internamento, quando chega?

Na ausência me encontrei
De tudo quanto havia perdido
À distância me ajoelhei
Dando baixa do ar abatido.
Na pobreza refleti
Sobre o sorriso caído
É quando me lembro de ti
Num olhar vagamente distraído.
De promessas abandonadas
Cumprem-se novas virtudes
Cansado de estradas erradas
Duma alma marcada de cruzes.
São contas de muitas vidas
A vida que sempre quis
Faço por viver entre dias
Neste mundo que me tem feito feliz.

Pst... da capital do crava

Lisboa, Santa Apolónia
Onde todos se cruzam, em passo apressado, de rumo bem definido. O sorriso de quem chega à pressa de quem sai, com uma diversidade cultural de vigor.
Se há sítio mais "resmenga" desta cidade, chegámos. No tempo deste texto, sentado numa esplanada, três me pediram ajuda para comer, enquanto miravam a cerveja da mesa. Se é oferecido um bolo, baixa o olhar, incomodado, e segue para outra freguesia. Outros três cravaram cigarros que não tenho. Belo sítio, não há como fugir da evidência. Nem da pobreza de quem se limita estar onde todos somente passam.

sábado, 12 de julho de 2014

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pst... infalível

Chega o relógio, o ponteiro move-se para as quatro.
Quando a hora bate certo no firmamento, e aquela música toca no ar, não há reservas, restrições ou complicações. Não há segredos, manias ou desejos. Há só duas pessoas, em sintonia, na certeza do que os juntou.

Pst... do esgotamento dos recursos naturais

A dotar a blogosfera daquelas imagens que não lembra a ninguém... 


terça-feira, 8 de julho de 2014

Pst... que é real: fechem-me e atirem a chave

Noites em claro
De pensamentos e sonhos
Desperta o parvo
Que não fecha os olhos.

São mil e uma emoções
Que decorrem sem abrandar
De saudosos corações
Em suaves bateres sem parar.

Fazem-se linhas redondas
De palavras sem nexo
São as mãos bem tontas
Que tremem em verso.

Este desmaio literário
Amanhã o vou ler
Donde veio o imaginário
Desta cabeça a perder.

Pst... das dicas úteis

Se um dia tiverem de resolver um problema junto de uma operadora móvel, é favor tomar atenção à loja onde decidem ir procurar esclarecimentos. O facto de haver nem uma mão-cheia de gente à espera não quer dizer automaticamente que "falta pouco" para a tua vez, mesmo que na mão tenhas um papel que assim o indique.
Uma olhadela para quem está na loja é crucial. Se por acaso as três pessoas tiveram acima de 60 anos, fujam. Mas, ainda que resistam, se de seguida entrar uma senhora grávida, montem a tenda. O vosso tempo acabou de regressar às cavernas.

E não digam que vêm daqui...

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Pst... dum regresso sem tempo

Já não entrava naquela casa sagrada, de fé, há um ano. O motivo, tal como no passado, era o mesmo: homenagear quem já não está e contribuiu para nos trazer ao mundo.
Nem dei pelo tempo fluir. Não vi os dias, as semanas ou os meses. Naquele momento, naquela entrada, damos conta do tempo que deixámos passar e do que fizemos dele mesmo.
E, volvido um ano, acho que terias gostado de como fui aproveitando o tempo que nos deixaste.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Pst... das bem entendidas memórias

Para boa entendedora, meia imagem basta...


Pst... das cenas sérias com uma pitada de ridículo

Hoje isto deu à costa:

"O PÚBLICO pediu à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista a formalização por escrito sobre os estágios curriculares nos jornais, na qual o jornal foi ameaçado com multas que podem atingir muitos milhares de euros.
É posição da Comissão que os trabalhos dos estagiários não podem ser publicados no jornal. E que devem ser encarados como meros “exercícios”, ou seja, os estagiários não podem exercer as “funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação” pública.
O PÚBLICO entende que os estágios curriculares só são frutíferos se os estagiários trabalharem de facto.
Mas seguramente não aprende nada se, durante o estágio, se limitar a fazer “exercícios” que não visam a publicação. Faz sentido um estágio durante o qual o estagiário pesquisa, recolhe e selecciona informação que não é notícia? Como um alfaiate só aprende a fazer fatos se medir pessoas verdadeiras antes do corte, um futuro jornalista só aprende ao tentar."

Preso por ter cão, preso por não ter. Se por um lado todo e qualquer pardieiro desta nação não se puder valer dos estagiários, é certo que a edição não sai no dia seguinte. Mas por outro, reduzir a figura do estagiário a um marreta que vegeta não traz saúde a ninguém. 

No entanto, o que parece não contar para nada é mesmo a figura "Comissão da Carteira Profissional de Jornalista", um organismo inócuo cuja função não vai mais além dos 100 euros cobrados anualmente para te darem uma identificação profissional. Pois o silêncio deste organismo foi gritante perante os atropelos laborais regulares por parte dos pardieiros em geral, dos despedimentos coletivos aos abusos das jornadas diárias para levar aos leitores a informação que eles pedem.

É o que há neste país do faz-de-conta: toca de mostrar os dentes quando ninguém o pediu mas ronronar de mansinho quando é chamado à arena.