Já não faz sentido esta aventura. Já não me preenche nem entusiasma.
Foi um prazer, até à próxima. Noutro sitio, quem sabe?
Obrigado.
Já não faz sentido esta aventura. Já não me preenche nem entusiasma.
Foi um prazer, até à próxima. Noutro sitio, quem sabe?
Obrigado.
À mulher de César não basta ser. Tem de o parecer também.
Compreendo, não posso ser exigente se não o for comigo também.
Bem visto, estou sempre a aprender. E dou a mão à palmatória quando o tenho de fazer. Dei, é tua.
Tudo o resto são fait divers que não me assentam nem me ocupam. Oxalá isso seja claro.
"Everything is about sex, except sex itself. Sex is all about power"
Frank Underwood, "House of cards"
O escape do dia a dia feito bem longe, na pacatez e nostalgia alentejana, afastado do reboliço e agitação da metrópole que poucos desafios já tem. Malas feitas. sorrisos postos e a estrada parecia curta, tal o sentimento de libertação vivido.
As promessas de nada pensar que não viver, a exigência de um par de dias vividos intensamente e a emoção de uma estreia a dois. Era tudo novo, tudo novidade... e era tudo nosso.
Foi o que devia ser, para lá dos já infelizes solavancos de um percurso original. Foi o que tivemos em nós e para nós. Foi para repetir. Vamos...
Sim, isto é para ti...
São palavras, como outras, mas minhas.
Sim, isto é para ti...
São palavras que não vazias ou secas. São minhas, não são outras.
Sim, isto é para ti...
São palavras, já repetidas, que quero ver efeitos. Que quero que contem, as minhas, não as outras.
Sim, isto é para ti...
São palavras que vêm com gestos, momentos ou saudades. Estas, minhas, não outras.
Sim, isto é para ti...
São palavras, minhas, dedicadas a ti. Estas, não outras.
Sim, sempre foram para ti...
Estas, as minhas.
As cinco meninas, sentadas no pequeno bar de bairro, discutem tudo. Política, religião, desporto (sim, também...), moda e a vida quotidiana. Bonitas ou não, não reza esta história.
O bar, pequeno mas muito simpático, começa a encher. Rapazes vão passando com os amigos, em busca da cerveja de uma quinta-feira sem expressão. Não há olhares, não há levantar da cabeça, não há quebra no debate animado das cinco cachopas. Naquele mundo feminino não se respira, quase.
Eis que de repente estra outra rapariga. Alta e, pelo ar, em estreia no espaço. E eis que o debate silencia-se, as atenções tornam-se em avaliação exaustiva da "estranha". Que era bonita... e o debate não regressou.
E o esqueci-me regressou...
Tento olhar em redor
Para o sossego do dia
Ouço numa certeza e de cor
A palavra dita vazia.
O sobressalto que não existe
Nesta coleção de horas
A surpresa e a magia que resiste
Ao encanto sem regras.
A calma dos gestos,
O amanhã que chega a seguir
Em tons tristes e funestos
De um sorriso sem rir.
São cores, só duas
Num quadro pleno e rico
Pincelado sob todas as luas
De um olhar esquisito.
Posso o amanhã mapear
De tão decifrado que já foi
Numa escala de silenciar
O canto, o olhar e a magia de dois.
Tens o que não sabes
Terás o que não pedes
Tende a ser quem queres
Ambos, sozinhos, sem amores.
Falas mansas de madrugada
Que cumprem sem destino
A ideia sem leitura
Deste rapaz sem tino.
São vícios de linguagem, a tentação dos dedos. Esta estranha melancolia que deposito nestas linhas, como fiel banco de sentimentos e momentos, tarda em abandonar o pensamento. Como que de uma purga se tratasse, o espaço aqui é tão dedicado a todas as tristezas e fantasmas que guardo, de forma livre.
São as ruas escuras do pensamento, a zona vermelha do coração e as tentações de uma vida que aspiro e persigo. Um plano, intrincado, de sucessivas memórias para quando esta me falhar.
São os puzzles do dia a dia, terapia de uma alma atravessada que tanto se habituou ao escuro que se sente pouco confortável à luz.
São os traços que quero apagar, são as linhas que quero esconder e um peso que quero aligeirar. Aqui sou um eu...
Não, não vou jogar o meu destino ao girar da garrafa, para ver onde aponta o gargalo. Quero, vou atrás, de garrafa em riste, disposto a quebrá-la em cabeça alheia para fazer perceber, sem equívocos, o que quero.
Pois, quando se quer vai-se atrás. Não há espaço, no meu mundo, para pausas de curiosidade, de apatia, de inquieta distância mas sem força, ou querer, para dar o passo necessário. Não há "vamos ver", ou pior ainda, "logo vemos". Não há espaço para opiniões alheias, para contributos terceiros e para sentar no banco dos réus.
Não há meio termo, não há momentos para a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w x, y e z. Há uma resposta, imediata, daquilo que vem bem de dentro. Do mais pessoal que temos. Há aquilo que temos, nada mais.
Não, não me olhes, guarda esse olhar mortiço. Já o vi antes. Pois daqui há e sempre houve vida, por muito que tivesse decorrido por ruas e vielas.
Há duas caras neste mundo. Aquelas que saem no imediato, no instante e naquele segundo e as outras. Aquelas que sob o efeito do sol ou do luar não escondem a base. Só há duas... Nunca sei qual vejo em ti.