terça-feira, 29 de outubro de 2013

Pst... de uma Lisboa antiga

Só não sei há quantos anos foi...


Pst.. duma folga movida a vinho


Houve, finalmente, folga. Um dia de descanso, o 4.º em 61 dias nesta redação.
Agruras à parte, mesmo mesmo à parte, folga é folga e merece ser celebrada como tal. Mesmo que tudo venha a ser virado pelo avesso.

A expectativa pelo dia era enorme. Sentia-se e tinha-se partilhado, havia muito no ar numa 2.ª feira regada a sol e bom tempo. Mas à sombra espreitava o destino. Na mão os limões, pela frente não se vislumbrava qualquer espremedor. Ou bem dito, havia ovos mas fazer a omeleta era impossível.

Foi no vinho, nos cálices e nos copos das tascas que encontrámos as omeletas que nos esperavam, que vimos os ovos e os limões, que vimos o destino e bebemos à sua saúde. E bebemos à sua saúde, novamente. E voltámos a repetir o gesto.

Mas o destino não gosta de ser brindado, aparentemente. Mal se podia esperar que fosse num cativo que a derradeira rasteira estava reservada. Aí, puxámos os lençóis para cima e fechámos os olhos. O destino? Bom, cá estaremos para quando decidir visitar novamente.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pst... roubado descaradamente

Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.

Lewis Carroll - "Alice no país das maravilhas"

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Pst... da amnésia diária

Prefiro a falácia do dia a dia do que a do todos os dias.
Sendo parecidas, têm um mundo de descanso entre elas. E esse descanso, nesta e em qualquer fase, vale ouro.
A cada acordar, a cada abrir de olhos, a cada pé fora da cama, a cada pequeno-almoço, a cada banho, a cada almoço, a cada tarde, a cada café, a cada jantar, a cada copo... o descanso de uma falácia.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pst... do poema roubado e na simplicidade de um mundo

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.

E então será eterno.

Cecília Meireles

sábado, 19 de outubro de 2013

Pst... dos perdidos numa zona qualquer da cidade

O andar, trôpego, denuncia a festança que tinha terminado há pouco. Não ia sozinho, não, a seu lado repetia-se o mesmo andar. Ambos coordenados, quase ao estilo militar, seguiam o caminho que as horas permitiam. Não seria muito, o desconhecido aguardava, molengão, no transporte público reservado para chegar a casa.

O curto percurso não feito sem interrupções, claro, nem eles estavam para isso. Quantas e quantas houvesse, a vontade de sair, ainda assim, não era igual em ambos. Um mais apressado, outro nem tanto mas o passo manteve-se cúmplice, guiado por uma batuta que sempre os acompanha.



O caminho está visível. E o passo cúmplice mantém-se guiado pela batuta que por lá estará sempre...

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pst... das mãos dos sonhos

A quente pouco ou mal se escreve. Está tudo à flor da pele, as ideias saem atropeladas, a reclamar o seu mérito inconsciente.
Uma vomitar de pensamentos que a escrita não consegue acompanhar, que não queres também deixar crescer, de polos tão distantes que não há habituação pelo meio. É impossível passar do Ártico aos trópicos sem meio termo. Mas quando está tudo à flor da pele, quando os olhos raiados de cansaço entram em choque com a adrenalina da expectativa, quando o dia surge solarengo mas tens o guarda-chuva

Quando procuras em ti os estilhaços de tudo que se desmoronou...

E quando encontras aquela luz, aquela paz...

Ou quando te desvias a pensar em ti e no que podias ter de diferente...

Encontras ainda um resto de força, um acreditar e um sentimento inconsciente de que podes fechar o chapéu e deixar o sol bater no rosto, podes fazer a mala para o frio e para o calor. As mãos dos sonhos não se fecham...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pst... para um dia lembrar


As pequenas coisas que nos cruzamos diariamente mas que de tão idiotas/insípidas/tontas/sem sentido/vulgares acabamos por não fixar mas que vale uma boa gargalhada. (este post estará sempre sempre em atualização...)

http://bimbawithouthelola.blogspot.pt/
http://mesa-para-3.blogspot.pt/

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pst... do labirinto

Labirinto:

. construção de muitas passagens ou divisões, dispostas tão confusamente que com dificuldade se acha a saída.
. parque ou jardim cortado por caminhos tão entrelaçados que facilmente se perde a pessoa que nele penetrou.
. qualquer complicação que perturba o espírito: o labirinto do processo.

e esta é da minha autoria, ou toque pessoal,
. namoros ou relações.



Mas, em abono da verdade, não há razão para sentir receio. Neste labirinto muito específico, temos todos os sinais para sermos bem sucedidos.

sábado, 12 de outubro de 2013

Pst... de ângulos iguais

Não é todos os dias que espero eu sozinho no bar. Hoje calhou, tocou-me a fava...
Tinha curiosidade, confesso... o ambiente não é o que estou habituado, vou ter uns momentos numa outra pele. E, na realidade, não é assim tão fantástico quanto isso!!
No fundo, no fundo, o pensamento está sempre noutro lado, seja qual o sítio onde me queira sentar ou a bebida que venha a pedir.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Pst... do bloco noticioso

Noite amarga, mais uma queda da Seleção Nacional, frente a Israel (1-1).
Face ao que jogamos, a pergunta não deveria ser "chegamos ao Mundial?" mas antes "o que vamos lá fazer?". Ronaldo bem tenta, aliás, mas é uma ilha de talento num mar de vulgaridade.

Mas nem só da redonda se faz a noite. Consta que aqui no pardieiro pode estar em marcha um varrimento de pessoas a níveis bíblicos. Entre a espada e a parede, a sensação do passo em frente rumo ao abismo, por quem tem responsabilidades, é tremenda e também como única. A vara vai vergar as costas de quem nada teve a ver com o assunto.

Ainda dentro do segmento, aqui na chafarica, a mudança das cadeiras continua sem luz ao fundo do túnel. Nada espantoso, dado o ritmo alucinante de certas decisões em contraponto com a lentidão de outras. Uma história já antes vista, portanto. E aqui, não havendo vara no sentido próprio, há uma expectativa que nunca se cumpre.

E termino por aqui o bloco noticioso.
Abraço e boa noite.

Pst... das poucas palavras



Hoje não tenho muitas palavras... ou sequer tanta vontade para isso, confesso! Esta imagem é fiel do que me guiou nos últimos dias, uma promessa e um compromisso. E basta, que me diz mais do que tantas palavras que aqui pudesse escrever.

sábado, 5 de outubro de 2013

Pst... do basta!

Basta!
Olho em volta e vejo tristeza. Olho para as pessoas e no olhar há muito que se esgotou o brilho. Olho para o tempo e sou cumprimentado pela chuva e pelo vento. Olho para os textos e sinto a ponta da melancolia nas palavras.
Basta!
Não me sento mais a escrever em palavras amargas, não me sento a tentar colocar em ordem sentimentos transversais a tudo quanto interessa. Chega, sento-me para me sentir feliz, sento-me para colocar na posição correta todas as palavras importantes sobre o que é realmente importante.
Basta!
A vida tem as suas tristezas, quem não as tem? A forma como lidamos com elas diz muito sobre nós e tenho andado demasiado atento ao que não presta em vez de me permitir deixar o sol tocar-me no rosto.
Basta!
Tenho tanto por onde agradecer, tenho tanto que me serve de exemplo, tenho tanto que aprender... tenho os sorrisos guardados de quê? Do momento ideal? Da altura certa? E se sorrir, pura e simplesmente, não é certo ou ideal? É, sempre foi...
Basta!
Tenho guardados todos os sentimentos em mim, tenho guardados todos os sonhos e sou cada vez mais a pessoa que quero ser. Se isso não é motivo para sorrir, o que é?
Basta!

(a música do dia de hoje, gentilmente cedida por quem até agora mostrou o gosto mais afinado de sempre)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pst... da escravidão

Desde 26 de agosto até hoje, dia 3 de outubro, trabalhei todos os dias exceto em dois.
Dia 3 de outubro, hoje, até dia 17 do corrente, posso prever, com alguma certeza, que não terei qualquer folga para gozar. Tudo somado nem sei quantos dias seguidos estarei a trabalhar.
E se fosse tudo um mar de rosas, ainda vá que não vá...
Mas nem isso...
Posso apostar dias difíceis pela frente! E essa é uma aposta quase segura...

Pst... do balançar sem nexo todos os dias

As longas esperas no bar são uma constante. Assim o determina o dia-a-dia, infelizmente.
Saio tarde e esperas-me... religiosamente, em sossego.
(Sossego? Qual sossego?, pensa a cabeça que espera).
Mas estás, todos os dias que pudermos, nas tuas escritas, nas tuas leituras, numa cenário que eu "criei" por causa da vida que eu tenho.
(Sossego? Qual sossego?, pensa a cabeça que aguarda).
E é esse compromisso que temos carregado os nossos dias. Entre a inquietação de um mundo onde nunca poderei estar - porque só existe porque não estou - e a esperança de um sorriso e de um abraço que faça frisar o dia, as horas, os minutos. Esse suave balançar entre ideias e esperanças, compromissos e expectativas, inseguranças e sorriso que lidamos, desde há muito, todos os dias, num acordo que tem falhas, sim! mas muito valor em si mesmo.
(Inquietação? Que inquietação?, pensa a cabeça cansada).
Venham os sorrisos, venha o abraço, venham os olhares, chegue a cabeça no colo ou no ombro...
Vem...

Pst... da poeira

Não tem havido muita vontade de me sentar a escrever, confesso.
Ou melhor, tem havido mas o destinatário é outro e são palavras que não coloco à disposição de uns olhos quaisquer.

Mas hoje apetece, hoje tenho tempo e de vez em quando levantar a cabeça da poeira cria toda uma nova perspetiva. Pois, a poeira...

Cada passo levanta-a... cada respirar faz-nos sentir entrá-la no organismo e deixar zonzo. Cada vez que olhas sente-la entrar e turvar a visão. Pois, a poeira...

Preciso de ar puro...